Rio de Janeiro, 06 de Dezembro de 2025

Golpe fracassa mas Bolsonaro, isolado, amplia discurso golpista

Em seu breve discurso, em cima de um carro de som na Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro  afirmou que pretende reunir o Conselho da República, nesta quarta-feira, para avaliar uma eventual intervenção federal ou a necessidade de se impor o estado de defesa ou o estado de sítio ao Brasil.

Terça, 07 de Setembro de 2021 às 11:34, por: CdB

Em seu breve discurso, em cima de um carro de som na Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro  afirmou que pretende reunir o Conselho da República, nesta quarta-feira, para avaliar uma eventual intervenção federal ou a necessidade de se impor o estado de defesa ou o estado de sítio ao Brasil.

Por Redação - de Brasília
Muito longe do que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) imaginava da manifestação forte o suficiente para garantir um golpe de Estado, com invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF) apoiada por policiais militares, armados até os dentes, os protestos convocados para este 7 de Setembro não passaram de um aglomerado de gente confusa quanto ao país que desejam, sem máscara ou distanciamento social. Um movimento inofensivo às instituições, apesar dos rosnados impressos em faixas e cartazes, muitos em inglês, contra a democracia brasileira.
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Muitas faixas contra a democracia brasileira estavam escritas em inglês
Em seu breve discurso, em cima de um carro de som na Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro  afirmou que pretende reunir o Conselho da República, nesta quarta-feira, para avaliar uma eventual intervenção federal ou a necessidade de se impor o estado de defesa ou o estado de sítio ao Brasil.

Realidade

Nem o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ou o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), confirmaram presença na agenda golpista. Segundo seus assessores, não faziam ideia de que haverá a tal reunião. — Amanhã (quarta-feira) estarei no Conselho da República, juntamente com ministros, juntamente com o presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, com essa fotografia de vocês para mostrar para onde nós todos devemos ir — disse Bolsonaro ao seguidores. Integrante do Conselho, o vice-presidente Hamilton Mourão também disse a jornalistas que não estava sabendo da reunião. E ele esteve com Bolsonaro mais cedo, no hasteamento da Bandeira Nacional, durante a abertura da comemoração oficial pelo Dia da Independência. No Twitter, Mourão escreveu: “Em 7 Set 1822, o Brasil declarou sua Independência e cresce a cada dia, cuidando do seu bem maior: o brasileiro. Somos um país jovem e uma democracia plena, fruto das lutas dos nossos antepassados. Sigamos em frente, honrando o legado de liberdade e respeitando nosso povo.” A realidade, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil junto a fontes próximas ao mandatário neofascista, é que Bolsonaro ficou transtornado com a baixa adesão aos protestos, convocados ao longo dos últimos dois meses. Nas aparições junto ao público, ele não conseguia esconder o mau humor. Desabafo Um dos ministros do STF disse à mídia conservadora que recebeu, há pouco, a estimativa de público e não havia 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Trata-se de apenas 5% do público previsto pelos bolsonaristas mais empolgados, em áudios e vídeos distribuídos nas redes sociais, às vésperas das manifestações. As bravatas contra o Supremo também se esvaíram. Minutos após o encerramento do discurso de Bolsonaro, a pequena multidão começou a se dispersar. Em contraste com o fracasso na mobilização de seus apoiadores, o chefe do Executivo elevou o tom nas ameaças à República. Interrompido pela claque, aos gritos de "Eu autorizo, eu autorizo!”, em que os bolsonaristas "autorizavam" o presidente a implementar um golpe de Estado, não faltaram críticas à derrota dentro de seus próprios seguidores. — Só falou abobrinha — desabafou um apoiador ao site de notícias Brasil de Fato (BdF), após o ato público.
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