Na noite passada, em entrevista a blogs simpatizantes, Bolsonaro voltou a insinuar e fazer ameaças golpistas, novamente sem apresentar qualquer indício concreto de fraude nas urnas eletrônicas. Ele sinalizou, entretanto, que a tentativa de uma ruptura democrática teria um alto custo, como Bolsonaro experimentou no último dia 7 de Setembro.
Por Redação - de São Paulo
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o empresário Josué Gomes da Silva saiu em defesa do Judiciário, das instituições e do Estado Democrático e de Direito na reunião dos dois conselhos superiores da federação, na última segunda-feira.
O encontro, reservado, contou também com as presenças, entre outras, do ex-presidente Michel Temer (MDB), que chefia um dos conselhos, e do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Alto custo
O presidente da Fiesp abriu o encontro falando da necessidade de um Judiciário forte e independente, segundo participantes do encontro; além de ressaltar que a Federação estará ao lado da democracia e da solidez das instituições. O discurso marca, mais uma vez, a disposição dos principais industriais do país de não se alinhar às investidas de matiz golpista, patrocinadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e por boa parte de seus aliados — em especial, contra o sistema eleitoral e ministro de cortes superiores.
Na noite passada, em entrevista a blogs simpatizantes, Bolsonaro voltou a insinuar e fazer ameaças golpistas, novamente sem apresentar qualquer indício concreto de fraude nas urnas eletrônicas. Ele sinalizou, entretanto, que a tentativa de uma ruptura democrática teria um alto custo.
— Você pode ser herói por dois ou três dias, mas depois a conta chega — aceitou.
Filho do ex-presidente José Alencar (1931-2011), que foi vice nas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Josué Silva já fez críticas a Bolsonaro.