Haddad disse, ainda, que a economia brasileira não vai aguentar ter a maior taxa de juros do mundo, e afirmou que o BC precisa "fazer a parte dele”. À mídia conservadora, Haddad repetiu comentários da véspera, de que a decisão do governo de reonerar a gasolina e o etanol atende às condições para o início da redução da taxa Selic.
Por Redação - de Brasília
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad disse nesta quarta-feira que o novo arcabouço fiscal pode ser apresentado pelo governo antes do próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O colegiado do BC fará sua próxima reunião nos dias 21 e 22 de março, em meio a críticas recorrentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros ao patamar da taxa Selic, atualmente em 13,75%.
Haddad disse, ainda, que a economia brasileira não vai aguentar ter a maior taxa de juros do mundo, e afirmou que o BC precisa "fazer a parte dele”. À mídia conservadora, Haddad repetiu comentários da véspera, de que a decisão do governo de reonerar a gasolina e o etanol atende às condições para o início da redução da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, a mais alta entre as principais economias em termos nominais.
O ministro afirmou também que as declarações do ex-ministro da Economia Paulo Guedes eram simpáticas ao mercado, mas não formaram uma reputação por envolverem promessas inexequíveis. De acordo com o ministro da Fazenda, é melhor ser comedido e falar aquilo que é possível de ser realizado.
Promessas vãs
Haddad citou, por exemplo, o estabelecimento da meta de inflação em 3%.
— No lugar do Guedes, não teria fixado meta de inflação de 3,0% pela mesma razão que eu não fixaria o teto de gastos, porque você não vai cumprir — pontuou.
De acordo com o ministro, a história vai registrar tudo que Guedes falou e não cumpriu. Haddad citou, por exemplo, a promessa de obter superávit no primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de arrecadar R$ 1 trilhão com vendas de estatais.