Camargo justificou o ato dizendo que a petista responde a um processo por improbidade administrativa e que seus bens foram bloqueados. A campanha de Benedita afirmou, por meio de nota, que a medida é uma interferência do presidente Jair Bolsonaro no cenário eleitoral carioca.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Candidata à prefeitura do Rio, a deputada federal Benedita da Silva (PT) protestou, nesta quinta-feira, contra a retirada de seu nome da lista de Personalidades Negras da Fundação Palmares. O presidente da instituição, Sérgio Camargo, anunciou a decisão no Twitter, na noite passada.
Camargo justificou o ato dizendo que a petista responde a um processo por improbidade administrativa e que seus bens foram bloqueados. A campanha de Benedita afirmou, por meio de nota, que a medida é uma interferência do presidente Jair Bolsonaro no cenário eleitoral carioca e que vai recorrer à Justiça pelo suposto crime de racismo.
Em 2015, a Sexta Vara de Fazenda Pública do Rio determinou o bloqueio de bens e a quebra de sigilos bancário e fiscal da deputada. Ela é acusada pelo Ministério Público de improbidade administrativa por dispensar licitação e gerar “grave prejuízo” ao patrimônio público estadual, em contratos quando foi secretária estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
Inocente
Benedita ficou no cargo de 2007 a 2010, durante o primeiro mandato de Sérgio Cabral. Em nota, a equipe da candidata afirmou que “com 40 anos de vida pública, a deputada Benedita da Silva já foi vereadora, deputada, senadora, secretária, governadora e ministra, sem jamais ter sido condenada sequer em primeira instância”.
Ainda na noite passada, Benedita também começou a sofrer uma onda de ataques nas redes sociais, muitos de cunho racista. Além da decisão de Camargo, a candidata e deputada federal protocolou um projeto de lei que reserva para os negros 20% das vagas nas ações financiadas com recursos públicos em parceria com organizações não governamentais.
Em nota, a equipe de Benedita afirmou que a candidata irá à Justiça para denunciar os crimes de racismo e também à Justiça Eleitoral por “interferência indevida do Poder Executivo Federal no processo eleitoral do Rio de Janeiro”.