A viagem aconteceu apenas algumas horas depois de Luis Arce ser confirmado como novo presidente boliviano, após o fim da apuração das eleições realizadas no domingo. Arce é do MAS (Movimento ao Socialismo), mesmo partido de Evo.
Por Redação, com agências internacionais - de Caracas
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales desembarcou em Caracas, na madrugada deste sábado, depois de voar desde a Argentina em um avião oficial do governo venezuelano. A informação foi divulgada pela Télam, agência de notícias estatal argentina, nesta manhã. Evo estava em Buenos Aires desde dezembro, como refugiado.
A viagem aconteceu apenas algumas horas depois de Luis Arce ser confirmado como novo presidente boliviano, após o fim da apuração das eleições realizadas no domingo. Arce é do MAS (Movimento ao Socialismo), mesmo partido de Evo.
O líder boliviano, que comandou o país por 13 anos, renunciou em novembro de 2019, após pressão dos militares, e deixou a Bolívia às pressas. Ele ficou algumas semanas no México e depois foi para a Argentina.
Protestos
Evo tentou obter um quarto mandato nas urnas em outubro de 2019, mas a votação foi alvo de denúncias de fraude, que geraram uma onda de protestos e conflitos na Bolívia.
Nesta sexta, no Twitter, o ex-presidente disse que a confirmação do resultado era "a maior prova de que não houve fraude" no pleito de 2019. "Aqueles que denunciaram têm a obrigação de retirar essas denúncias. Deve-se colocar em liberdade todas as pessoas presas injustamente por esse motivo."
O ex-presidente é alvo de processos judiciais na Bolívia, acusado de estimular protestos violentos e terrorismo. Ele disse que pretende voltar ao país, mas não divulgou uma data para isso.
Golpista
Mal o socialista boliviano tocava o solo da Venezuela, o golpista venezuelano Leopoldo López deixava a residência do embaixador espanhol em Caracas em fuga do país, informaram pessoas familiarizadas com a situação, segundo agências internacionais.
Segundo as agências inglesa de notícias Reuters e norte-americana Associated Press (AP), duas pessoas revelaram neste sábado, sob condição de anonimato para não interferir nos planos de López, que o opositor estaria se dirigindo para a Colômbia. A Agência France Presse (AFP), por sua vez, citou o pai do de Leopoldo López ao noticiar que o destino final do ex-prefeito do município de Chacao e líder do partido Vontade Popular seria a Espanha.
— Posso confirmar que ele deixou a embaixada por vontade própria e deixou a Venezuela em segredo — disse neste sábado o pai do opositor, que também se chama Leopoldo López e vive na Espanha.
Penitenciária
O líder de extrema direita estava asilado na residência do embaixador espanhol, desde o fracasso de uma quartelada mal sucedida que ele liderou, em abril do ano passado. López foi detido em 2014, após convocar uma onda de protestos contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e condenado a 14 anos de prisão, no ano seguinte, por incitação à violência.
Em 2017, o ex-prefeito de Chacao, uma das cidades mais ricas da Venezuela e que faz parte da Região Metropolitana de Caracas, deixou a penitenciária e passou a cumprir pena em prisão domiciliar. López foi um dos mentores do líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em janeiro de 2019 e começou uma campanha para tentar derrubar Maduro.
Em abril daquele mesmo ano, Leopoldo López foi visto nas ruas, ao lado de Guiadó, durante a insurreição militar que acabou frustrada pelo governo venezuelano. Logo depois, o ex-prefeito de Chacao buscou abrigo na residência diplomática do Chile e, em seguida, transferiu-se para a casa do embaixador espanhol.