A educação midiática assume um papel de destaque nesse cenário. É com esse objetivo que surge o projeto ‘Redes de Formação em Cultura Digital – Labic’, uma iniciativa da UFRJ com o Ministério da Cultura (MinC). O programa foi lançado na Universidade de Brasília (UnB), no início do mês. O Distrito Federal foi o primeiro lugar do Brasil a receber o projeto.
Por Redação, com BdF – do Rio de Janeiro
A onda de notícias falsas (fake news) que assola a opinião pública brasileira, às vésperas das eleições deste ano, volta ao centro do debate. Os pleitos eleitorais de 2018 e 2022 foram fortemente marcados pelo uso estratégico de subterfúgios para influenciar as escolhas políticas dos eleitores.
Diante dos fatos, o site de notícias Brasil de Fato (BdF) conversou sobre o tema com a pesquisadora da Comunicação e pró-reitora de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivana Bentes.
— Fake news se tornaram um tema popular, mas ao mesmo tempo os dados em torno do consumo e disseminação das fake news continuam alarmantes e as ações de combate à desinformação não ganharam escala massiva — afirmou.
Programa
A educação midiática assume um papel de destaque nesse cenário. É com esse objetivo que surge o projeto ‘Redes de Formação em Cultura Digital – Labic’, uma iniciativa da UFRJ com o Ministério da Cultura (MinC). O programa foi lançado na Universidade de Brasília (UnB), no início do mês. O Distrito Federal foi o primeiro lugar do Brasil a receber o projeto, que também percorrerá outras cidades e regiões do país.
— A educação midiática é decisiva num cenário em que a cultura digital se tornou massiva e impacta em todas as esferas da nossa vida. O letramento digital contribui para que qualquer pessoa possa identificar e combater conteúdos desinformativos, aprender a sair da sua ‘bolha’ e buscar informações diversas e críticas — destaca a pró-reitora da UFRJ.
O programa selecionou 30 projetos sediados no DF para participar de mentorias sobre inteligência artificial, segurança digital, criação de conteúdo, gerenciamento de redes e midiativismo.
Liberdade
O avanço da desinformação tem sido determinante para outro tema urgente: a regulamentação das mídias e das plataformas digitais. O tema está em discussão no Congresso. No debate público, o desafio é fugir da falsa dicotomia entre regulamentação e liberdade de expressão.
— É preciso ficar claro que a regulamentação das mídias e redes não se opõe à ‘liberdade de expressão’ e que a liberdade de expressão não pode ser utilizada para fazer circular discursos de ódio, fake news, ou seja, seria a ‘liberdade’ para cometer crimes tipificados por lei. A internet e as redes sociais não são outro ‘planeta’ ou ‘nação’, não existe uma ‘justiça digital’, existe o ordenamento jurídico do Brasil a que redes e plataformas têm que se submeter — resumiu Ivana Bentes.