Rio de Janeiro, 22 de Março de 2025

Escravidão 5G: Juros x Dignidade Econômica

Centrais sindicais protestam em Brasília contra altas taxas de juros, defendendo dignidade econômica e mais empregos. Entenda a luta por justiça financeira.

Quinta, 20 de Março de 2025 às 15:01, por: Redação Brasília
Por Redação, com sucursal – de Brasília, por Thamy Frisselli
Escravidão 5G: Juros x Dignidade Econômica | Manifestantes no ato em Brasília. Foto: Thamy Frisselli
Manifestantes no ato em Brasília. Foto: Thamy Frisselli

Na manhã de 18 de março, as centrais sindicais do Brasil, incluindo a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra Sindical), a Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e os Bancários, organizaram uma manifestação em frente ao Banco Central, em Brasília, para protestar contra os altos juros e enfatizar o lema “Menos Juros, Mais Empregos!”.

As centrais defendem que a taxa de juros elevada, antes, em 13,5% ao ano, compromete os investimentos produtivos e resulta em uma transferência de recursos dos mais pobres para os mais ricos. Além disso, elas criticam o presidente do Banco Central por, segundo elas, usar argumentos falaciosos para justificar a manutenção das altas taxas, apesar de sinais de melhora na economia, como a redução da inflação e o aumento da geração de empregos.

🔎A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Serve de referência para calcular as taxas de empréstimos bancários e financiamentos, por exemplo. Ou seja, com a Selic alta, o crédito também fica mais custoso.

Mesmo após o ato, o Banco Central insistiu em manter juros escravizantes, massacrando ainda mais a classe trabalhadora e defendendo os banqueiros e as big techs. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (COPOM), elevou a Selic a 14,25% e deixou a porta aberta para novo aumento.

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Segundo o ministro da Economia, Fernando Haddad, esse aumento já estava previsto desde dezembro “Esse aumento, na verdade, teve um guidance [conjunto de metas] no final do ano passado. Isso que aconteceu. Teve um guidance, o presidente do Banco Central disse em entrevista coletiva que o guidance seria observado”, declarou Haddad.

O Ato em Brasília

Escravidão 5G: Juros x Dignidade Econômica | Manifestantes ato em Brasília. Foto: Thamy Frisselli
Manifestantes ato em Brasília. Foto: Thamy Frisselli

A Secretária Nacional da CTB para a Promoção da Igualdade Racial e Coordenadora de Comunicação da Fasubra Sindical, Lucimara Cruz, representando todos os sindicatos de institutos e universidades federais, reafirma que o ato é importante porque todos os trabalhadores estão conectados. “Para além dos lucros, temos que pensar nas necessidades da população, ou seja a população que mais trabalha e produz a riqueza do país é a que menos têm acesso à riqueza do país e está super endividada e em situação de fome. A economia do país deve servir à população, então trazemos os questionamentos sobre que representa o modelo de Estado, pq é uma disputa do modelo de estado, e estamos passando por essa disputa a nível internacional, de construção de estado que diverge do que nós acreditamos, do que o povo, os trabalhadores e as organizações acreditam, que a economia do país tem que servir para promover o bem estar da população. A partir do momento em que a economia de um estado serve para promover ganho dos grandes bancos, empresários e conglomerados internacionais, ela muda completamente a configuração de Estado que a gente acredita.”

Para o presidente da CTB, o que se espera é que o país seja soberano, uma independência econômica, desenvolvimento econômico e programa nacional desenvolvimentista. “Temos a própria capacidade de investimento para geração de emprego e melhoria de vida do trabalhador, mas com o juros altos, o BACEN e o Comitê de Política Monetária (Copom) jogando contra o país, de certa forma mascarando que precisa combater a inflação com juros altos, já sabemos que é uma mentira. Isso só prejudica os setores públicos e privados, na qual geram empregos e fazem o país crescer. No setor público com menos juros, sobra mais recursos para investir em projetos sociais, ciência e tecnologia, agricultura familiar, reforma agrária, na Nova Indústria Brasi. São todas essas questões que impulsionam o Brasil pra frente. No setor privado, com o juros alto eles ficam inibidos de investir e pegar capital para criação de emprego, ampliação de plataformas fabril, os custos aumentam. Hoje temos a maior taxa de juros do mundo e quem paga é a camada mais pobre,com cartão de crédito, consignado e cheque especial.” 

Escravidão 5G: Juros x Dignidade Econômica | Manifestantes ato em Brasília. Foto: Thamy Frisselli
Manifestantes ato em Brasília. Foto: Thamy Frisselli

Viviane Perez, diretora da Fenasps, traz as questões de reajustes e da Lei orçamentária. “Estamos lutando há duas semanas aqui pela aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA). Servidores públicos federais fizeram acordos com o governo e éramos para ter um reajuste em janeiro, já estamos na segunda quinzena de março. Esperamos que esta semana a Comissão Mista aprove o relatório no Congresso para que seja garantido ainda na folha de abril o recebimento do nosso direito legítimo conquistado com muita mobilização e greves, realizadas ano passado.

Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT, reafirma a luta contra a extorsiva taxa de juros que continua sendo praticada no Brasil e que o conselho de política econômica continua referendando. “Denunciamos o antigo presidente Campos Neto que mantinha uma taxa de juros elevada atrelada ao mercado e que deixou como herança para o atual presidente, uma política de continuidade do aumento das taxas de juros. mantemos a posição contra a extorsiva taxa de juros ela é abusiva a classe trabalhadora pq ela dificulta a geração de empregos, leva com que o dinheiro seja investido em especulação financeira e não na produção e isso também onera o trabalhador quando ele quer adquirir um bem, quando quer comprar sua casa, seu liquidificador, seu carro, pq são essas taxas de juros que vão dificultar o acesso aos bens de consumo. Por isso queremos a redução da taxa de juros, para beneficiar a vida dos trabalhadores e para que o dinheiro seja investido na produção e geração de empregos.

Enquanto isso em São Paulo… (Fonte: Sindicato dos metalúrgicos)

Escravidão 5G: Juros x Dignidade Econômica | Manifestantes ato em São Paulo. Foto: Jaélcio Santana para o Sindicato dos Metalúrgicos SP
Manifestantes ato em São Paulo. Foto: Jaélcio Santana para o Sindicato dos Metalúrgicos SP

As centrais sindicais Força Sindical, CUT, UGT, CTB, CSB e Nova Central realizaram uma manifestação em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, em São Paulo, para cobrar uma redução drástica na taxa básica de juros (Taxa Selic).

Além das lideranças do movimento sindical, também participaram do ato, centenas de estudantes da Umes (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo). Durante o ato, a palavra de ordem foi:“eu quero agora, eu quero já, eu quero ver o juro abaixar”. Maria Auxiliadora dos Santos, secretária de Políticas para as Mulheres e de Gênero da Força Sindical, alerta que o aumento da Taxa Selic, além de impactar negativamente na economia do País, pode piorar ainda mais a vida dos inadimplentes e dos trabalhadores em geral. A próxima reunião do Copom, em maio, deve trazer mais um aumento da Selic.

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