Segundo o Ipec, 55% dos eleitores dizem que não irão repetir o voto em Bolsonaro, preferindo até votar em branco ou nulo. Outros 45% dizem que devem repetir o voto no atual ocupante do Palácio do Planalto. Entre os eleitores de Bolsonaro, 22% dizem que votariam em Lula, caso a eleição fosse hoje.
Por Redação - de São Paulo
Um cruzamento de dados da pesquisa Ipec divulgada na semana passada aponta que os eleitores mais pobres, com renda familiar mensal de até um salário mínimo, e os que moram nas periferias de grandes centros urbanos tendem a migrar o voto de Jair Bolsonaro (PL) para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.
Segundo o Ipec, 55% dos eleitores dizem que não irão repetir o voto em Bolsonaro, preferindo até votar em branco ou nulo. Outros 45% dizem que devem repetir o voto no atual ocupante do Palácio do Planalto. Entre os eleitores de Bolsonaro, 22% dizem que votariam em Lula, caso a eleição fosse hoje.
Desemprego
O levantamento destaca que o percentual que migra para Lula sobe para 32% entre os mais pobres, considerando os eleitores que já declaram agora intenção de votar em algum candidato, em branco ou nulo. Entre os eleitores das periferias, 37% dos que votaram em Bolsonaro em 2018 apontam que deverão votar em Lula em 2022.
— Em 2018, o PT perdeu votação expressiva nas periferias de grandes cidades, em um contexto de problemas econômicos do governo Dilma, casos de corrupção e alta do antipetismo. Depois de três anos de governo Bolsonaro, parece haver uma avaliação de que a situação atual é ainda pior, especialmente em termos de renda e desemprego — descreveu o cientista político Oswaldo Amaral, diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), da Unicamp, à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).
Primeiro turno
Ainda segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no domingo, o PT é o partido político com o qual os brasileiros mais se identificam. De acordo com o levantamento, esta identificação alcança 28% da população. Em seguida, estão o MDB e o PSDB, ambos com 2%. PL, PSOL e PDT aparecem com 1% e o PSL não pontuou.
A identificação partidária da população com o PT vem crescendo desde abril de 2019, quando 14% dos brasileiros se identificavam com a legenda, e se intensificou após a farsa da Lava Jato vir à tona. Em julho do mesmo ano, o índice subiu para 17% e permaneceu estável em agosto.