Rio de Janeiro, 15 de Março de 2025

Economistas apostam que inflação deste ano voltará ficar acima do teto

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Segunda, 14 de Março de 2022 às 12:51, por: CdB

A projeção dos economistas era de 5,50%, até mês passado. Além disso, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, pelo Banco Central, também mostrou altas nas projeções para 2023 e 2024, indicando uma desancoragem mais ampla a dois dias da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o órgão que define a taxa básica de juros do país.

Por Redação - de Brasília
Com o aumento exagerado nos preços dos combustíveis, já na prática em todos os postos de combustíveis, os economistas do mercado financeiro aumentaram de 5,65% para 6,45% a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial. A projeção já está acima do teto de 5% previsto pelo Banco Central (BC).
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A moeda brasileira tende a se desvalorizar ainda mais com a alta nos índices de inflação
A projeção era de 5,50%, até mês passado. Além disso, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, pelo Banco Central, também mostrou altas nas projeções para 2023 e 2024, indicando uma desancoragem mais ampla a dois dias da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o órgão que define a taxa básica de juros do país. Após a nona alta consecutiva, a estimativa do IPCA para 2022 já está 1,45 ponto percentual acima do teto da meta estabelecida para este ano, apontando probabilidade cada vez maior de novo descumprimento pelo BC de seu mandato principal em 2022, após o desvio de 4,81 pontos percentuais em 2021, quando o IPCA foi de 10,06%. O alvo central é de 3,50%, com tolerância de 1,50 ponto porcentual para cima e para baixo (2,00%).

Consequência

O salto da projeção para o IPCA de 2022 no Relatório Focus desta semana é o maior em quase 20 anos, segundo levantamento realizado pelo economista Leonardo França Costa, da ASA Investments, a pedido do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo. A estimativa para o IPCA deste ano disparou 0,80 ponto porcentual, de 5,65% para 6,45%, como consequência do novo rali dos preços de commodities, como o petróleo, diante da guerra na Ucrânia, e de surpresas de alta em dados de inflação corrente, como o IPCA de fevereiro (1,01%). De 25 de outubro para 1º de novembro de 2002, a mediana para o IPCA 2003 subiu 1,10 ponto porcentual, de 7,10% para 8,20%, o maior avanço da série histórica do Focus, iniciada 3 de janeiro de 2000. Naquela época, a cotação do dólar disparou devido ao temor do mercado com a eleição ao Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Disparada

Em um mesmo período, o avanço apurado na atual edição da pesquisa Focus é recorde, segundo o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio de Souza Leal. Da mesma forma, o salto de 0,69 ponto porcentual da mediana para o IPCA de 2022 do dia 10 para o dia 11 de março (5,76% para 6,45%) foi o maior da série do Sistema de Expectativas do Banco Central. Além da disparada da mediana de 2022, o boletim Focus também mostrou aumento das projeções de 2023 (3,51% para 3,70%) e 2024 (3,10% para 3,15%), que se distanciaram mais do centro da meta de 3,25% e 3,00%, respectivamente. As projeções alteradas os últimos cinco dias úteis também sugerem que o movimento de alta pode continuar em 2022 (6,54%) e 2023 (3,72%). A dois dias do Copom, a deterioração forte do cenário inflacionário para este e os próximos anos colocam mais pressão sobre o Banco Central que, em fevereiro, havia indicado a intenção de reduzir o ritmo de alta de juros, que há três reuniões é de 1,50 ponto porcentual.

Previsão

O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta manhã mostrou melhora na previsão mediana para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que passou de 0,42% para 0,49%. Há um mês, a estimativa era de 0,30%. O aumento aconteceu após a divulgação do crescimento do PIB do ano passado de 4,6% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2023, por sua vez, a mediana cedeu de 1,50% para 1,43%, de 1,50% há quatro semanas. Para 2024, a estimativa seguiu em 2,00%, mesma projeção de quatro semanas atrás. O Relatório Focus ainda trouxe a mediana para 2025, que também continuou em 2,00%. Há um mês, a estimativa de crescimento do PIB em 2025 já era de 2,00%.
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