A controvérsia se destacou após Otoni, outrora um aliado de Jair Bolsonaro (PL), participar de uma cerimônia de sanção do Dia da Música Gospel ao lado do presidente Lula, durante a qual fez uma oração pelo líder brasileiro.
Por Redação – de Brasília
A bancada evangélica na Câmara passa, pela primeira vez, por uma disputa interna para a coordenação do grupo, que reúne 219 parlamentares. A escolha, normalmente, ocorre por consenso. Mas dessa vez o cenário mudou, após a candidatura do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) despertar a desconfiança em parte da bancada. O parlamentar tem se aproximado do governo petista.
A controvérsia se destacou após Otoni, outrora um aliado de Jair Bolsonaro (PL), participar de uma cerimônia de sanção do Dia da Música Gospel ao lado do presidente Lula, durante a qual fez uma oração pelo líder brasileiro. Na véspera, o deputado publicou nas redes sociais uma mensagem pedindo orações pela saúde do presidente, internado após uma cirurgia para tratar uma hemorragia cerebral.
“O PR foi internado com uma hemorragia cerebral. O que temos que fazer como igreja do Senhor? A resposta é simples: orar. Se você como cristão não consegue fazer isso, por conta do ódio político, lamento dizer que seu Messias não é o meu. Interceder pelas autoridades é nosso dever”, publicou o deputado, em uma rede social.
‘Puxadinho’
Diante da desconfiança, o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), próximo ao pastor-empresário Silas Malafaia, torna-se o favorito para assumir a disputa. A votação para o cargo de coordenador estava inicialmente marcada para esta quarta-feira, mas Nascimento impugnou a eleição.
— Eles pediram o adiamento porque sabiam que não tinham votos — resumiu o deputado. Segundo ele, os opositores querem transformar a Frente Parlamentar Evangélica “num puxadinho do bolsonarismo”.