Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Discurso radical e negacionista do mandatário deixa Centrão nervoso

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Terça, 28 de Dezembro de 2021 às 13:22, por: CdB

'Dono’ do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto disse a um líder do PP que precisava “conversar com calma” com Bolsonaro, porque ele “precisa tomar vacina” contra a covid-19. Apesar do desconforto na base aliada, pessoas próximas do presidente reconhecem que ele provavelmente manterá o tom negacionista.

Por Redação - de Brasília
O discurso antivacina do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem deixado nervosos os caciques do chamado ‘Centrão’, especialmente no PL, partido ao qual o presidente se filiou, segundo líderes do grupo majoritário no Congresso ouvidos pela mídia conservadora. Na avaliação de alguns destes parlamentares, o tom negacionista do mandatário têm afetado a sua popularidade e pode influenciar, negativamente, na popularidade de outros candidatos do mesmo segmento ideológico.
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Presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) se distancia do presidente Jair Bolsonaro (PL)
Até mesmo entre aqueles que planejam disputar algum cargo eletivo ao lado de Bolsonaro há aqueles que passaram a criticar, entredentes, o radicalismo do líder neofascista. Há apenas 48 horas, quando o próprio Ministério da Saúde publicou uma nota que indicava a “recomendação” para a imunização contra a covid-19 de crianças, Bolsonaro fez questão de afirmar que não vacinará sua filha Laura, de 11 anos; além de mostrar orgulho por não ter se vacinado. No início de dezembro, o ‘dono’ do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, disse a um líder do PP que precisava “conversar com calma” com Bolsonaro, porque ele “precisa tomar vacina” contra a covid-19. Apesar desse desconforto da cúpula da base aliada do governo, pessoas próximas do presidente reconhecem que ele provavelmente manterá o tom negacionista que agrada à parte mais radical do seu eleitorado.

Na cadeia

Ainda nesta manhã, o deputado federal Bohn Gass (PT-RS) avaliou que a decisão tomada por Jair e Michelle Bolsonaro de impedir a imunização da própria filha Laura contra a covid-19 pode ser levada ao conselho tutelar de Brasília, uma vez que os pais não têm direito de colocar a saúde dos filhos em risco. — Estamos conversando com o (ministro da Saúde, Marcelo) Queiroga nesse sentido. Ele, dia 5, deve ditar normas de como é que deve se vacinar crianças. Eu espero que não haja interferência do Judiciário; Espero, porque a minha filha não vai se vacinar — deixar bem claro. Ela tem 11 anos de idade — disse Bolsonaro ao conversar com repórteres, em Santa Catarina. A imunização do público infantil é tema de uma consulta pública do Ministério da Saúde. A pasta deve realizar uma audiência sobre o assunto em 4 de janeiro e bater o martelo sobre a vacinação logo em seguida.
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