Na última segunda-feira, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), com sede no Distrito Federal (DF), inocentou Dilma Rousseff de ter cometido as chamadas “pedaladas fiscais”, motivo que a teria levado à cassação do mandato.
Por Redação - de Brasília
A presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), derrubada do cargo em 2016 por um golpe baseado na Lei do Impeachment, poderá ter o cargo de volta, ainda que simbolicamente. O PT pretende articular no Congresso uma resolução para esse ato, afirmou neste domingo a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do partido.
Na última segunda-feira, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), com sede no Distrito Federal (DF), inocentou Dilma Rousseff de ter cometido as chamadas “pedaladas fiscais”, motivo que a teria levado à cassação do mandato.
— Entendo que cabe um projeto de resolução nesse sentido com base na decisão do TRF-1, que deixa claro que o impeachment foi uma grande farsa, que a história das pedaladas foi uma armação, literalmente um golpe. A Dilma e a história do Brasil merecem isso — afirmou Hoffmann à coluna Painel, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), neste domingo.
Jango
A presidente do PT tem como referência a devolução simbólica do mandato de João Goulart, o Jango, deposto pelo golpe militar de 1964. Em 2013, a partir de projeto de Pedro Simon (MDB) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), o Congresso anulou a sessão de 2 de abril de 1964, na qual o então presidente do Congresso, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República.
Então presidente do Congresso à época, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), fez um pedido de desculpas “pelas inverdades patrocinadas pelo Estado brasileiro” contra um “patriota”.
Na véspera, durante entrevista em Luanda, capital de Angola, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ser necessária uma discussão sobre como reparar Rousseff, hoje presidente do banco do grupo econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS, na sigla em inglês).
— Agora vou discutir como que a gente vai fazer, não dá para reparar os direitos políticos se ela quiser voltar a ser presidente, porque eu quero terminar meu mandato. Mas é preciso saber como reparar uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu — concluiu Lula.