O desfile da seleção da Itália em ônibus aberto, que reuniu milhares de pessoas em Roma após o título da Eurocopa, não havia sido autorizado oficialmente. É o que diz o prefeito da província de Roma, Matteo Piantedosi, em entrevista publicada pelo jornal Corriere della Sera nesta quarta-feira, dois dias depois do evento.
Por Redação, com ANSA - de Roma
O desfile da seleção da Itália em ônibus aberto, que reuniu milhares de pessoas em Roma após o título da Eurocopa, não havia sido autorizado oficialmente. É o que diz o prefeito da província de Roma, Matteo Piantedosi, em entrevista publicada pelo jornal Corriere della Sera nesta quarta-feira, dois dias depois do evento. – Nós tínhamos negado a permissão para festejar a vitória da Itália na Euro em ônibus aberto, mas os pactos não foram respeitados – disse. O desfile da Azzurra provocou uma aglomeração que não era vista desde o início da pandemia e levantou temores a respeito de um novo repique nos casos de covid-19. Segundo relato de Piantedosi, as regras para a celebração em caso de título haviam sido definidas durante uma reunião na última sexta-feira, dois dias antes da final da Euro, com a ministra do Interior, Luciana Lamorgese, e o com o chefe da Polícia de Estado, Lamberto Giannini. – A Figc (Federação Italiana de Futebol) pedia permissão para os atletas da seleção darem uma volta por Roma em um ônibus descoberto, mas foi explicado claramente que não seria possível. Dissemos que não podíamos autorizar – contou o prefeito, na Itália, os chefes de província são nomeados diretamente pelo governo e cuidam sobretudo de questões de segurança pública. De acordo com Piantedosi, o veto se devia à necessidade de conciliar o deslocamento da Azzurra entre as sedes da Presidência e do governo com as "necessidades de segurança ligadas à pandemia". – Pensamos que eles teriam parado os jogadores diante do Palácio Chigi (sede do governo), após o encontro com o primeiro-ministro Mario Draghi. Eles (a Figc) tinham nos assegurado que o deslocamento seria feito em um ônibus coberto. Mas, após a saída do Quirinale (sede da Presidência), chegou um ônibus descoberto com escritas dedicadas aos campeões da Europa – contou o prefeito. Neste momento, segundo Piantedosi, seria impossível proibir o desfile, uma vez que poderia causar "problemas de ordem pública" com as milhares de pessoas que já estavam reunidas para ver a seleção. "Argumentaram que já tinha muita gente pelas ruas e que era uma forte intenção dos jogadores prosseguir com o desfile em ônibus descoberto", acrescentou. Ainda de acordo com o prefeito, o capitão Chiellini e seu companheiro de zaga Bonucci "apresentaram seu entendimento com determinação ao pessoal do serviço de ordem". "Naquele momento, não podíamos fazer outra coisa que não aceitar a situação e administrá-la da melhor maneira possível", disse. Um vídeo divulgado pelo Corriere della Sera mostra Bonucci discutindo acaloradamente com os responsáveis pela segurança, mas não é possível ouvir o que eles dizem. A maioria dos torcedores que acompanharam o desfile estava sem máscara, embora o uso do equipamento seja obrigatório quando há risco de aglomeração, mesmo ao ar livre. A Itália já vive um momento de alta nos novos casos de covid-19, embora as mortes ainda apresentem tendência de queda. Mais de 40% da população está totalmente vacinada contra o novo coronavírus.