O mandatário derrotado chegou ao restaurante localizado em um clube na Asa Sul da Capital Federal às 20h25 e saiu logo em seguida, não permanecendo no recinto por mais de uma hora, quando apenas cumprimentou parlamentares e conversou rapidamente com aliados.
Por Redação - de Brasília
Visivelmente abatido em sem proferir um pequeno discurso que fosse, o presidente em fim de mandato Jair Bolsonaro (PL) participou, na noite passada, de um jantar com deputados e senadores do PL, no primeiro encontro político após a derrota nas urnas para o líder popular Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na reunião com as bancadas, Bolsonaro atendeu, em parte, a um pedido do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de retomar a rotina na reta final do governo e se engajar na vida partidária.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) não se pronunciou durante o jantar do PL
O mandatário derrotado chegou ao restaurante localizado em um clube na Asa Sul da Capital Federal às 20h25 e saiu logo em seguida, não permanecendo no recinto por mais de uma hora, quando apenas cumprimentou parlamentares e conversou rapidamente com aliados. Ainda assim, houve tempo suficiente para um rápido bate-boca com a deputada Carla Zambelli (PL-SP).
A discussão ocorreu na mesa onde o presidente jantava e foi presenciada pelos convivas. Segundo relatos obtidos pelo diário brasiliense Metrópoles, Bolsonaro estava exaltado com a deputada. A jornalistas, Zambelli confirmou o entrevero com o líder da extrema direita, mas sem informar o motivo. Ela negou, no entanto, qualquer relação com o episódio em que sacou da arma, às vésperas do segundo turno da eleição, contra um manifestante petista.
Momentos antes, ao ser homenageado com uma salva de palmas, Bolsonaro apenas acenou com as mãos e agradeceu com um tímido “obrigado".
Declarações
Além de parlamentares do PL, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), participou do jantar em uma situação constrangedora. Ao chegar, foi chamado de "omisso" e "traidor da pátria" por um grupo de seguidores de Bolsonaro que o aguardava do lado de fora do restaurante. Na véspera, PT e PSB declaram apoio à reeleição de Lira no comando da Câmara.
À saída do encontro, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (PL-TO) também foi cercado por bolsonaristas, que esbravejavam contra o resultado das eleições e o impediram de terminar uma entrevista. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se recusou a dar declarações e alegou que somente falará depois que o pai tomar a dianteira.
— Eu só falo depois do presidente, eu não quero antecipar nada. É o tempo dele — disse Flávio, sem dar previsão de quando Bolsonaro retomará suas declarações públicas.
A reunião foi convocada por Costa Neto como um encontro de “confraternização” para apresentar parlamentares antigos aos bolsonaristas, que migraram para o PL junto com o presidente da República e têm conseguindo ditar os rumos da sigla.
Conciliação
O convite para jantar, no entanto, tinha por objetivo uma tentativa de acalmar os ânimos após o partido ser penalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma multa de R$ 22,9 milhões na semana passada por ter entrado com uma ação pedindo a anulação, sem provas, de votos no segundo turno das eleições. A ação do partido, que questionou, sem provas de fraude, a legitimidade das eleições, atendeu a uma pressão dos aliados de Bolsonaro, mas gerou críticas internas da ala mais pragmática.
Parlamentares presentes disseram que temas políticos foram deixados de foram do discurso de Valdemar Costa Neto. A tentativa de conciliação partiu do líder do PL na Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ).
Cerca de 150 pessoas participam do jantar, entre senadores, deputados, governadores e convidados, como o ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto; além do advogado Frederick Wassef.