Segundo a assessoria da pasta, Haddad cancelou a viagem que faria para São Paulo, prevista para a noite passada. O ministro permanecia em Brasília, nesta sexta-feira, pronto para mais uma rodada de debates com a equipe do governo Lula.
Por Redação – de Brasília
O ambiente tenso entre os ministros, após um dia inteiro de discussões, levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a interromper a reunião sobre o pacote de corte de gastos e remarcar as conversas para a tarde desta sexta-feira, no Palácio do Planalto. A convocação alterou as agendas dos participantes, entre eles o titular da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo a assessoria da pasta, Haddad cancelou a viagem que faria para São Paulo, prevista para a noite passada. O ministro permanecia em Brasília, nesta sexta-feira, pronto para mais uma rodada de debates com a equipe do governo Lula.
Na véspera, a reunião começou por volta das 9h30 e foi suspensa para o almoço. O presidente e os ministros retomaram o encontro em torno das 16h45 e interromperam as discussões por volta das 18h, sem fechar um acordo sobre o prazo para o anúncio das medidas.
Congresso
A maioria dos presentes à reunião no gabinete presidencial, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, acreditava que o pacote de corte de gastos obrigatórios seria fechado ainda na quinta-feira. Haddad, em conversa com jornalistas, havia informado que as medidas poderiam ser anunciadas ainda durante a tarde passada.
Lula já havia até marcado uma reunião com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apresentar as medidas a serem enviadas ao Congresso. Precisou adiar o encontro para a semana que vem, sem uma data específica.
Posições
Haddad havia dito que o fechamento do pacote dependia apenas de dois “detalhes “a serem decididos pelo presidente Lula.
— Eu creio que a reunião (de quinta-feira) é uma reunião que pelo nível de decisão que vai ter que ser tomada por ele (presidente Lula), são coisas realmente muito singelas para decidir — acreditava o ministro, mas não foi exatamente o que aconteceu.
Haddad, a equipe econômica e o presidente Lula reuniram-se com todos os ministérios envolvidos nas medidas: Previdência, Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, Saúde e Educação, e ouviu deles posições muito duras contra a determinação de enxugar os orçamentos. O ministro acrescentou que o pacote será composto de uma proposta de emenda à Constituição e de um projeto de lei complementar, mas não desceu a detalhes sobre o conjunto de medidas.