Os ministros Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão), que fazem parte da Junta de Execução Orçamentária (JEO) – junto com Haddad -, também participaram do encontro.
Por Redação – de Brasília
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad afirmou, nesta quinta-feira, que o pacote com os cortes de gastos elaborado pela equipe econômica dependia apenas de “dois detalhes” para resolver com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que deve ser resolvido numa conversa entre eles, ao longo do dia.
Os ministros Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão), que fazem parte da Junta de Execução Orçamentária (JEO) – junto com Haddad -, também participaram do encontro.
— Pelo nível de decisão, é uma conversa muito simples. A conversa com o Congresso será definida (nesta sexta-feira) com o presidente Lula. São dois detalhes que precisamos discutir — disse, no início da manhã.
Arbitragem
Na noite passada, Haddad reuniu-se com ministros de várias pastas.
— Tivemos reuniões com os ministérios da Saúde, Educação, Previdência, Desenvolvimento Social e Trabalho, onde discutimos algumas questões que vamos levar para ele (Lula). É uma arbitragem simples que precisa ser feita, e que também compõe o quadro das medidas — afirmou pouco antes de retornar ao seu gabinete.
Sobre os anúncios, Haddad destacou que o presidente Lula vai definir se primeiro vai apresentar aos presidentes do Senado e Câmara, antes de convocar uma coletiva de imprensa para apresentar a proposta. Mas que se trata apenas de uma “questão protocolar”.
O pacote, segundo o ministro, é composto por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e de um Projeto de Lei Complementar (PLC). No entanto, Haddad não apresentou mais detalhes.
Em movimento
Longe de ser uma unanimidade entre seus pares, a proposta da equipe econômica vem sofrendo uma série de críticas de ministros próximos ao presidente Lula. O ministro dos Transportes, Renan Filho, por exemplo, é favorável à redução de incentivos fiscais a setores da economia como medida do pacote de cortes de gastos, que está sendo elaborado pela equipe econômica do governo.
Ele participou nesta quinta-feira do seminário ’30 anos da Lei das Concessões: avanços e perspectivas’.
— Tem algumas áreas sociais que precisam entrar no esforço do equilíbrio fiscal, mas também é importante olhar para o olhar de cima e somar esforços — afirmou o filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Demissão
Ainda no debate sobre a contenção de gastos no governo, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, deixou claro que não ficará na atual gestão caso sejam feitos cortes nos benefícios previdenciários ou haja mudança na política de reajuste do salário mínimo, de acordo com a proposta de Haddad.
Lupi foi taxativo, em conversa com jornalistas, ao defender os direitos dos beneficiários.
— Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real (no salário mínimo)? Não conte comigo — concluiu.