Daniela convidou os servidores da pasta para uma reunião nesta tarde, às 17h, quando deve se despedir dos funcionários, mas precisou cancelar a festa. Ela chegou ao cargo na cota pessoal do presidente, que tem uma “dívida de gratidão” com o casal que o apoiou na campanha em 2022, em uma região dominada pelo bolsonarismo e por igrejas pentecostais.
Por Redação - de Brasília
A ministra do Turismo, deputada licenciada Daniela Carneiro (UB-RJ) ajustou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que iria entregar a sua demissão do cargo nesta quinta-feira e marcou para o fim da tarde uma despedida na sede da autarquia. Seus planos mudaram, no entanto, no momento em que Lula negou sua retirada, no momento. Até que o União Brasil, que detém esse quinhão do governo, apresente os votos favoráveis às pautas do Executivo, no Congresso.
A ministra demissionária é conhecida como Daniela do Waguinho, por ser casada com o prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro (Republicanos).
Imaginando que estaria concluída a novela de sua demissão, Daniela convidou os servidores da pasta para uma reunião nesta tarde, às 17h, para se despedir dos funcionários. Carneiro chegou ao cargo na cota pessoal do presidente, que tem uma “dívida de gratidão” com o casal que o apoiou na campanha em 2022, em uma região dominada pelo bolsonarismo e por igrejas pentecostais. Daniela é evangélica e sua atitude de apoio à chapa foi considerado um ato de coragem.
Em abril, no entanto, a ministra anunciou que deixaria o União Brasil, ato seguinte à mesma decisão do marido e, a partir de então, a legenda vem cobrando sua demissão, uma vez que não a considera mais sua representante. Não é coincidência que a definição da situação se dê às vésperas da votação da reforma tributária na Câmara. O União Brasil tem uma bancada de 59 deputados.
Novo ministro
O nome que indicado ao Planalto para substituir Daniela Carneiro é o do deputado Celso Sabino (União-PA), mas precisará aguardar até que o presidente e a direção da legenda cheguem a um acordo final.
Na véspera, o prefeito de Belford Roxo conversou com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e acertaram os detalhes para a saída de sua mulher. A assessoria de Waguinho divulgou nota na qual afirma que ele e o ministro Padilha, “conversaram e selaram a paz e o fim das lamentações, ao menos por enquanto”.