Em seu voto em separado, Heinze manifestou apoio ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pelo que considera ser uma defesa da autonomia médica durante a pandemia e afirmou que seu relatório inclui centenas de estudos sobre o uso de substâncias no tratamento da covid-19 elaborada por “cientistas, não charlatões”.
Por Redação - de Brasília
Na parte da manhã da sessão da CPI da Covid nesta terça-feira, anterior à votação do relatório final, o Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu a inclusão do colega Luis Carlos Heinze (PP-RS) no relatório final, como indiciado, por conta da reiterada disseminação de notícias falsas sobre a pandemia. No fim da tarde, atendendo a pedidos de colegas do Senado, o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), retirou o nome de Heinze da lista de indiciados.
— Esta CPI teve a coragem de pedir o indiciamento do presidente da República e do líder do governo. Não pode fechar os olhos com relação ao comportamento do seu colega parlamentar — argumentou Alessandro Vieira, por conta da disseminação de notícias falsas por seu colega de Casa.
O relator acatou o pedido e decidiu indiciar o parlamentar gaúcho, mas permaneciam as tentativas para que ele voltasse atrás na decisão.
— Apesar das advertências, o senador Heinze reincidiu aqui todos os dias apresentando estudos falsos, negados pela ciência. E pela maneira como incitou ao crime em todos os momentos queria, nesta última sessão, dar um presente à sua Excelência, que será o 81º indiciado desta Comissão Parlamentar de Inquérito — disse Calheiros
O líder do governo Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), junto com outros senadores, fez um apelo para que Renan desconsiderasse o pedido de Alessandro, mas seu nome foi citado mesmo assim na leitura do relatório.
Voto de Heinze
Em seu voto em separado, Heinze manifestou apoio ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pelo que considera ser uma defesa da autonomia médica durante a pandemia e afirmou que seu relatório inclui centenas de estudos sobre o uso de substâncias no tratamento da covid-19 elaborada por “cientistas, não charlatões”.
— São pesquisas que o Ministério Público a Procuradoria Geral da República vai se debruçar. Não são factóides, não são narrativas”, disse. Omar Aziz e Renan Calheiros protestaram contra a defesa de Heinze de drogas comprovadamente sem eficácia contra o coronavírus. “Depois da declaração do presidente de que vacina dá Aids vem isso aí — resumiu Renan.
Matéria atualizada às 20h07, de 26/10/2021.