A ata informa, ainda, que os integrantes do colegiado foram unânimes na ponderação de que os passos futuros da política monetária dependerão de fatores relativos à evolução, expectativas e projeções da inflação.
Por Redação - de Brasília
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira pelo Banco Central (BC), afirma que a “avaliação predominante” manifestada durante a última reunião foi de uma expectativa de maior confiança, ainda que moderada, para uma queda da taxa de juros a partir de agosto. A reunião do Copom ocorreu nos dias 20 e 21.
O Copom manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, sob a justificativa de que “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. A taxa está nesse nível desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017 e uma das maiores do mundo.
De acordo com o documento divulgado nesta terça-feira, “a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.
Metas
A ata informa, ainda, que os integrantes do colegiado foram unânimes na ponderação de que os passos futuros da política monetária dependerão de fatores relativos à evolução, expectativas e projeções da inflação.
Na avaliação manifestada pelo comitê, a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, o que, segundo afirmaram os diretores do BC, torna necessário manter “cautela e parcimônia” visando o cumprimento das metas, tendo, na manutenção da taxa da Selic, ferramenta “adequada para assegurar a convergência da inflação”.
Ainda nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o conteúdo da ata do Copom e disse que o documento mostra que o governo está no "caminho certo", com a "harmonização" entre as políticas fiscal e monetária podendo acontecer em breve.
— O Brasil está com uma trajetória fiscal sustentável e, portanto, a harmonização da política fiscal e monetária, que é algo que eu defendo desde dezembro, acredito que possa acontecer brevemente — afirmou Haddad a jornalistas, pela manhã.
Contexto
O ministro acrescentou que a sinalização pelo BC de que os esforços fiscais do governo ofereceram resultados é o ponto “mais importante" da ata. Nesse contexto, o ministro acredita que “há um consenso em relação à trajetória próxima das taxas de juros, acho que ficou claro que nós estamos no caminho certo", afirmou ele.
Ainda nesta manhã, operadores precificavam chances de quase 100% de o Banco Central cortar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual em agosto, de acordo com probabilidades implícitas em contratos de juros futuros.
Haddad disse ainda que, diante da desaceleração do crédito no Brasil, do arrefecimento da inflação e da convergência das expectativas de altas dos preços para mais perto das metas, é necessário o Banco Central "reconhecer" os esforços do governo para tentar viabilizar um corte dos juros.