Damasceno declarou não ter informação a respeito de reuniões no governo anterior para discutir planos golpistas e que a Força Aérea Brasileira manteve isenção à gestão Bolsonaro.
Por Redação - de Brasília
Comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno se disse favorável, neste domingo, a uma “investigação completa” sobre o envolvimento de militares na trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), com a garantia da ampla defesa e do contraditório.
— Qualquer coisa que fira nossos diplomas disciplinares será punida. Para a Força Aérea, as notícias vieram a confirmar o papel institucional e constitucional de nossa organização — afirmou o militar, à mídia conservadora.
Damasceno declarou não ter informação a respeito de reuniões no governo anterior para discutir planos golpistas e que a Força Aérea Brasileira manteve isenção à gestão Bolsonaro. Além disso, afirmou não ter conhecimento de militares da Aeronáutica envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.
Golpe de Estado
A Polícia Federal (PF) na operação especial realizada na última quinta-feira apontou que o general da reserva Walter Braga Netto (PL), candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, disparou contra os chefes do Exército e da Aeronáutica em conversa com o ex-capitão do Exército Ailton Barros, investigado por incitar um golpe de Estado.
Segundo a PF, as conversas extraídas de um aplicativo no celular de Barros, “evidenciaram a participação e adesão do investigado Walter Souza Braga Netto na tentativa de golpe de Estado, com forte atuação inclusive nas providências voltadas à incitação contra os membros das Forças Armadas que não estavam coadunadas aos intentos golpistas, por respeitarem a Constituição Federal”.
Em 14 de dezembro de 2022, Braga Netto chamou o então chefe do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, de “cagão”. Um dia depois, referiu-se ao então chefe da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, como “um traidor da pátria”.