Há duas semanas, um dos membros da dissidência da FARC comandada por Gentil Duarte, chamado Jhonier, havia dado uma entrevista à Fundação Paz e Reconciliação (Pares) denunciando a relação do exército com o narcotráfico na zona de Cauca e seus enfrentamentos contra a guerrilha.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Bogotá
Na Colômbia, o general Jorge Hernando Herrera Díaz, comandante da sexta divisão do exército nacional, foi afastado do cargo após ter sido revelado seus vínculos com grupos narcotraficantes. Áudios publicados por reportagem da revista Cambio e do portal Noticias Uno mostram Herrera Díaz confirmando a seus comandados que se reunia com líderes da facção Los Pocillos para "neutralizar" os inimigos comuns, que seriam as dissidências da Força Armada Revolucionária da Colômbia (FARC), comandadas por Gentil Duarte. "Caliche era da parte armada e de finanças, era Pocillo. Esses dois homens estão aí junto a Ramiro, que é da frente 29. O ELN está aí. Entendam, eles continuam controlando o narcotráfico, continuam delinquindo, mas eles vem aqui e falam comigo. E vocês devem neutralizar essa estrutura e neutralizar é matá-los", teria afirmado o general durante reunião que aconteceu em 2019, mas que só veio a público neste fim de semana com a reportagem. Há duas semanas, um dos membros da dissidência da FARC comandada por Gentil Duarte, chamado Jhonier, havia dado uma entrevista à Fundação Paz e Reconciliação (Pares) denunciando a relação do exército com o narcotráfico na zona de Cauca e seus enfrentamentos contra a guerrilha. Os áudios entre o general do exército e seus subalternos teriam sido gravados em uma das primeiras reuniões após a ascensão de Jorge Hernando Herrera Díaz de chefe da 29ª Brigada de Cauca para comandante da 6ª Divisão do Exército. A promoção teria acontecido justamente pelos "bons resultados" obtidos no combate às ex-guerrilhas. Com os Acordos de Paz de 2016, cerca de 13 mil colombianos iniciaram o processo de desarme e reinserção social, no entanto, alguns setores não concordaram com os termos acordados entre os dirigentes das FARC e o governo e permaneceram em armas, controlando algumas zonas do país.