O primeiro a sair, segundo voz corrente na mídia de direita e ultradireita, será o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, aliado de primeira hora de Ciro Gomes, que tende a anunciar sua filiação ao União Brasil (UB) nas próximas semanas.
Por Redação – de Brasília
Com a eclosão do escândalo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que culminou com a demissão do ministro da Previdência Social e presidente licenciado do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Carlos Lupi, há duas semanas, o principal líder da legenda, candidato derrotado à Presidência da República Ciro Gomes prepara-se para deixar a legenda. Segundo apurou a mídia conservadora, o ex-governador cearense quer se candidatar mais uma vez, no ano que vem, ao Palácio do Planalto.

O primeiro a sair, segundo voz corrente na mídia de direita e ultradireita, será o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, aliado de primeira hora de Ciro Gomes, que tende a anunciar sua filiação ao União Brasil (UB) nas próximas semanas. A decisão seria o gatilho para outros líderes do partido, entre eles Ciro Gomes, deixar o PDT.
Ao longo dos últimos três anos, desde que uma briga com o irmão Cid Gomes dividiu o diretório cearense da legenda, Ciro vem “costeando o alambrado”, como diria o líder socialista Leonel Brizola, rumo à direita. Afastou-se do PT e, desde então, tem buscado a extrema direita e o bolsonarismo.
Bolsonarista
Na campanha presidencial de 2022, o ex-governador figurou como adversário direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com ataques diretos e servindo de linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL). Seus aliados, desde então, têm flertado com blocos de oposição ao governo de Elmano de Freitas (PT), no Ceará.
Em visita à Assembleia Legislativa do Ceará, na semana passada, Gomes se fez acompanhar por deputados do PL e do UB, partidos da base bolsonarista. Durante o encontro, declarou que “aceitaria ir para o sacrifício” de disputar novamente o governo do Estado. Ainda que ninguém no meio político tenha visto a declaração como anúncio oficial de candidatura, ela mostra um claro aceno ao campo neofascista.
Ciro disse logo depois, a jornalistas, que seu apoio a Roberto Cláudio (PDT) como nome ideal do grupo para concorrer ao Palácio da Abolição está garantido. Ele também anunciou a adesão à pré-candidatura do deputado Alcides Fernandes (PL), aliado de Jair Bolsonaro, ao Senado. A composição pode ainda contar com o ex-deputado Capitão Wagner, nome histórico da oposição ao PDT, como vice ou concorrente à segunda vaga de senador.
Conciliação
Se, de um lado, Gomes fortalece as articulações em Fortaleza rumo à extrema direita, do outro a bancada federal do PDT se reúne em Brasília na residência do deputado Mário Heringer, com objetivo semelhante. O líder da defecção chegou a telefonar para o deputado André Figueiredo, em busca de uma conciliação com o presidente do partido, Carlos Lupi, e para optar por uma posição oficial de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas não houve acordo e os parlamentares declararam-se independentes.
Analistas políticos têm considerado a movimentação de saída do grupo de Ciro quase que inevitável dentro do PDT. Convites para que ele se filie ao UB ou ao PSDB estão sendo avaliados. No caso dos tucanos, a articulação tem apoio do ex-senador Tasso Jereissati, que tenta atrair o ex-presidenciável para o projeto de fusão com o Podemos.