Ao perder as eleições e ver frustrado o golpe de Estado do 8 de Janeiro, Bolsonaro torna-se agora passageiro, no trem do Judiciário com destino à prisão.
Por Redação - de Brasília
Embora os números que emergiram das urnas não tenham deixado dúvidas, ao longo dos últimos meses, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve a plena noção da derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste sábado, pouco antes da hora do almoço. Um telefonema do escritório de advocacia transmitiu-lhe os detalhes da notícia de que seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, revelará ao Supremo Tribunal Federal (STF) todos os crimes cometidos ao longo do mandato.
Ao perder as eleições e ver frustrado o golpe de Estado do 8 de Janeiro, Bolsonaro torna-se agora passageiro, no trem do Judiciário com destino à prisão. Pela manhã, o ministro do STF Alexandre de Moraes homologou o acordo de colaboração premiada do militar que o acompanhou ao longo de quatro anos.
Afastamento
A partir do momento que a delação foi aceita pela Justiça, o ministro também concedeu liberdade provisória ao oficial do Exército, com cumprimento de medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, limitação de movimentos aos fins de semana e também à noite, e afastamento das funções inerentes à carreira.
A homologação ocorre após o acordo de colaboração fechado com a Polícia Federal (PF). A delação refere-se ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações conexas. No inquérito das milícias digitais, a PF apura a existência de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito, com atos terroristas levados adiante.