Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Campanha de Bolsonaro mantém imagens proibidas por ordem do TSE

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Quinta, 22 de Setembro de 2022 às 12:16, por: CdB

Na véspera, o ministro Benedito Gonçalves também proibiu a campanha de reeleição do ocupante do Palácio do Planalto de usar o discurso feito por ele na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia anterior. O resultado de uma busca pela plataforma é semelhante.

Por Redação - de Brasília
Embora o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tivesse mantido nesta quinta-feira, por unanimidade, a decisão do ministro Benedito Gonçalves de vetar o uso eleitoral do discurso proferido por Jair Bolsonaro (PL) em Londres, no domingo, o conteúdo estava disponível no Youtube, principal plataforma de vídeos da internet ainda nesta tarde.
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Uma rápida busca pelas redes sociais mostram que o vídeo de Bolsonaro, em seu discurso de campanha na Embaixada do Brasil, em Londres, continua no ar
Na véspera, o ministro Benedito Gonçalves também proibiu a campanha de reeleição do ocupante do Palácio do Planalto de usar o discurso feito por ele na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia anterior. O resultado de uma busca pela plataforma é semelhante. Na decisão quanto ao discurso na ONU, o ministro afirma que "a utilização das imagens na propaganda eleitoral seria tendente a ferir a isonomia, pois faria com que a atuação do Chefe de Estado, em ocasião inacessível a qualquer dos demais competidores, fosse explorada para projetar a imagem do candidato”.

Prerrogativa

Em seu discurso na ONU, em tom de campanha, Bolsonaro criticou o candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, sem citar seu nome. Para o corregedor do TSE, ao adentrar a propaganda, "o material, que reproduz motes reiteradamente repisados" por Bolsonaro na condição de candidato, "é passível de incutir no eleitorado a falsa percepção de que assiste a uma demonstração de apoio internacional à candidatura, quando, na verdade" ele "está representando o Brasil no exercício de prerrogativa reconhecida ao país desde o ano de 1949". Segundo o ministro, o discurso de Bolsonaro na ONU, "sob pretexto de propor uma reflexão à comunidade internacional, rapidamente é direcionado para que cada governante avalie o que está acontecendo ‘no plano interno’". Ainda segundo o corregedor do TSE, "há um contexto em que se tem identificado, até o momento, um esforço do candidato à reeleição em explorar em sua propaganda eleitoral situações propiciadas por sua condição de Chefe de Estado". O ocupante do Palácio do Planalto foi alvo de protestos em Nova York. Uma mega-projeção foi feita no prédio que é sede da ONU em Nova York. As imagens tratavam Bolsonaro como "vergonha brasileira", "desgraça" e “mentiroso". O pedido de proibição do uso das imagens foi feito ao TSE pelo PDT.

Pedido negado

Ainda nesta quinta-feira, o TSE decidiu, por unanimidade, rejeitar um pedido de Jair Bolsonaro (PL) para barrar uma propaganda da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que replica reportagem do portal de notícias UOL sobre a negociação de ao menos 51 imóveis pelo atual presidente e familiares dele. As transações foram total ou parcialmente feitas com dinheiro em espécie. No dia 8 de setembro, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino rejeitou um pedido de Bolsonaro para suspender a exibição da peça, decisão agora referendada pelos colegas. Para os magistrados, a reportagem, replicada por Lula, não transmite "informação gravemente descontextualizada" nem é "suportada por fatos sabidamente inverídicos". "A publicidade questionada se baseia, conforme reconhece a própria representante, em matéria jornalística divulgada na imprensa pelo portal UOL, na data de 30.8.2022, de modo que a veiculação impugnada não transmite, como alegado, informação gravemente descontextualizada ou suportada por fatos sabidamente inverídicos", resumiu o ministro.
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