Nenhum parlamentar da Duma votou contra as resoluções, que incluem a incorporação das regiões ucranianas de Kherson, Donetsk, Luhansk e Zaporizhia à Rússia. O governo italiano condenou firmemente nesta segunda-feira os referendos de anexação promovidos pela Rússia.
Por Redação, com Reuters e ANSA - de Moscou/Roma
A câmara baixa do Parlamento russo aprovou nesta segunda-feira leis para anexar quatro territórios ucranianos à Rússia, após votações organizadas às pressas que a Ucrânia e o Ocidente denunciaram como coercitivas e ilegítimas.
Nenhum parlamentar da Duma votou contra as resoluções, que incluem a incorporação das regiões ucranianas de Kherson, Donetsk, Luhansk e Zaporizhia à Rússia.
Itália não reconhecerá referendos
O governo italiano condenou firmemente nesta segunda-feira os referendos de anexação promovidos pela Rússia em áreas ocupadas na Ucrânia e disse que não irá reconhecê-los.
– Uma mensagem inequívoca. Condenação firme da Itália por referendos de farsa, consultas conduzidas pela Federação Russa de forma ilegal em violação de todas as normas internacionais – afirmou o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Ettore Sequi, em coletiva de imprensa.
A declaração é dada após a Farnesina se reunir com o embaixador da Rússia na Itália, Sergey Razov, convocado no âmbito de uma ação coordenada com os parceiros da União Europeia. "A Itália não reconhece e não reconhecerá o resultado", acrescentou Sequi.
O governo italiano exortou "as autoridades russas a revogar esses atos ilegais (referendos) e retirar as forças russas do território ucraniano completa e imediatamente", e enfatizou que avaliará novas sanções contra o regime de Vladimir Putin.
Em nota, a Farnesina também reafirmou que o embaixador italiano expressou em primeiro lugar a mais forte condenação da Itália ao referendo farsa, realizado ilegalmente pela Rússia para anexar os territórios ocupados nas regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia.
Para a Itália, "a ameaça do uso de armas nucleares, as gravíssimas violações dos princípios e regras da Carta das Nações Unidas comprometem seriamente a segurança global".
Sequi confirmou a determinação italiana e europeia de aumentar a pressão sobre Moscou para interromper a agressão, reafirmando o apoio da Itália à plena soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia.
– A Itália estará totalmente alinhada com os países parceiros na avaliação de novas medidas restritivas contra as ações ilegais da Rússia como um instrumento pacífico de pressão para pôr fim a esta guerra de agressão – ressaltou.
Por fim, o embaixador italiano lembrou que "a Ucrânia tem o direito de libertar os territórios ocupados dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas" e o governo continuará a fornecer forte apoio a Kiev pelo tempo que for necessário.
O tema da sabotagem do gasoduto Nord Stream, porém, "não foi abordado" durante a reunião.