Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Brasil retoma interesse por investimentos na África

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Quarta, 19 de Julho de 2023 às 17:09, por: CdB

Durante a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Bruxelas, Lula elogiou a qualidade do encontro entre chefes de Estado, mas fez críticas ao presidente do Chile, Gabriel Boric.


Por Redação, com ABr - de Praia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira, durante uma rápida parada na capital de Cabo Verde, que retomará as boas relações do Brasil com a África e que pretende visitar vários países africanos neste ano e no próximo. As declarações de Lula ocorreram ao lado do presidente cabo-verdiano, José Maria Neves. A reunião entre Lula e Neves ocorreu após o presidente participar nos últimos dias da reunião de cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, em Bruxelas.

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Lula e o presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, cumprimentam-se na rápida parada do brasileiro em solo africano


Durante a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Bruxelas, Lula elogiou a qualidade do encontro entre chefes de Estado, mas fez críticas ao presidente do Chile, Gabriel Boric. Em entrevista coletiva nesta manhã, antes de embarcar de volta ao Brasil, Lula discordou do líder chileno em relação às declarações feitas por ele sobre a guerra na Ucrânia. O momento gerou tensões entre os dois mandatários.

— Eu não tenho porque concordar com o Boric, é uma visão dele. Eu acho que a reunião foi extraordinária. Possivelmente, a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso e apressado, mas as coisas não são assim — disse Lula durante coletiva de imprensa.

Urgência

A crítica de Lula foi feita um dia após os pedidos de Boric para que os líderes da Celac dessem mais ênfase às condenações contra a Rússia. Na ocasião, o presidente chileno afirmou que "hoje é a Ucrânia e, amanhã, pode ser qualquer um de nós".

 

Lula, por sua vez, considerou que, apesar da urgência em relação à guerra, é justamente por conta da distância entre os continentes que a América Latina tem maior possibilidade de construir a paz e o diálogo no longo prazo.

— É exatamente pelo fato de estarmos distantes que podemos ter tranquilidade de não entrar no clima em que estão os europeus. Podemos entrar em um clima de quem vai construir a paz. (...) O mundo começa a cansar, os países começam a cansar. Vai chegar o momento em que teremos paz, e teremos de ter um grupo de países capazes de conversar com a Rússia e a Ucrânia — acrescentou.

Apesar das divergências, a cúpula resultou em uma declaração conjunta que faz menção ao conflito entre os dois países, embora não hostilize a Rússia de forma aberta. A única exceção ao posicionamento da Celac em relação ao conflito é a Nicarágua, que também expressou discordância.

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