Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Brasil e China concordam em promover o multilateralismo

Lula e Xi Jinping defendem o multilateralismo e o livre comércio em meio a tensões globais, destacando a importância da parceria Brasil-China.

Terça, 13 de Maio de 2025 às 21:00, por: CdB

Em sua fala, Lula considerou a relação entre Brasil e China como “nunca tão necessária, em um mundo instável, imprevisível e fragmentado”.

Por Redação, com ABr – de Pequim

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da China, Xi Jinping (PCCh) protagonizaram nesta terça-feira, no encontro em Pequim, a defesa intransigente do multilateralismo e do livre comércio. Em seus discursos, ambos exaltaram a parceria entre os dois países, em meio à guerra tarifária protagonizada pelo mandatário norte-americano, Donald Trump (Republicano).

Brasil e China concordam em promover o multilateralismo | Os presidente da China, Xi Jinping, e do Brasil, Lula, cumprimentam-se no encontro da Selac
Os presidente da China, Xi Jinping, e do Brasil, Lula, cumprimentam-se no encontro da Selac

Em sua fala, Lula considerou a relação entre Brasil e China como “nunca tão necessária, em um mundo instável, imprevisível e fragmentado”.

— China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo. A defesa intransigente do multilateralismo é uma tarefa urgente e necessária. Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países — afirmou o líder brasileiro.

 

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Tarifas

Recém-eleito para mais cinco anos na Presidência chinesa, Xi afirmou também que ninguém vence uma guerra tarifária e que os dois lados devem se opor ao protecionismo e a “atos de bullying“, citando indiretamente a política tarifária iniciada pelos EUA.

Os produtos chineses foram o alvo prioritário das tarifas impostas por Trump, com taxas que chegaram a 145%, imediatamente retaliadas por Pequim. No domingo, EUA e China concordaram em reduzir por 90 dias as tarifas recíprocas em um acordo no qual os EUA reduzirão as tarifas extras impostas às importações chinesas em abril deste ano de 145% para 30%, e as taxas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%.

O Brasil, por sua vez, cumpre tarifas de 10% nos itens exportados para os EUA e, especificamente, 25% no aço e alumínio. Lula está em Pequim para uma visita oficial de Estado de quatro dias e para participar do Fórum China-Celac juntamente com outras autoridades latino-americanas e caribenhas, também alvos da política nacionalista dos norte-americanos.

 

Governança

O multilateralismo, que ganhou mais força depois da guerra tarifária norte-americana, esteve em destaque também na declaração presidencial da visita, divulgada pelo governo brasileiro.

“As partes trabalharão em conjunto para defender o multilateralismo, salvaguardar a equidade e a justiça internacionais, além de rejeitar o unilateralismo, o protecionismo e a busca por hegemonia, para tornar a ordem e o sistema internacionais mais justos e equitativos e promover um mundo multipolar”, diz o texto, que destaca ainda o acordo entre China e Brasil para que ambos atuem de forma conjunta em foros multilaterais, como o Brics e o G20, em defesa das instituições de governança global.

O encontro desta terça-feira foi o terceiro de Lula com Xi desde que o presidente brasileiro tomou posse em janeiro de 2023, o que estreita ainda mais as relações do Brasil com a China, maior parceiro comercial do país.

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