Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Bolsonaro usa ‘dor de barriga’ para abrir espaço nas redes sociais

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Terça, 04 de Janeiro de 2022 às 14:52, por: CdB

Nesta terça-feira, a equipe médica responsável pela internação do presidente Jair Bolsonaro (PL) descartou a necessidade de cirurgia para o mandatário. De acordo com o último boletim divulgado pelo Hospital Vila Nova Star, o chefe do Executivo reagiu bem ao tratamento e o quadro de obstrução intestinal se desfez. Ainda não há previsão de alta.

Por Redação, com RBA - de São Paulo
Dispensado da cirurgia por se tratar apenas de uma “dor de barriga”, conforme descrevem alguns médicos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou mais alguns dias longe do gabinete, no Palácio do Planalto. O mandatário também tem usado a internação, desde domingo à noite, para usar as redes sociais em seu favor.
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Internado com uma obstrução intestinal, Bolsonaro caminhou sem máscara no corredor do hospital
Nesta terça-feira, a equipe médica responsável pela internação do presidente Jair Bolsonaro (PL) descartou a necessidade de cirurgia para o mandatário. De acordo com o último boletim divulgado pelo Hospital Vila Nova Star, o chefe do Executivo reagiu bem ao tratamento e o quadro de obstrução intestinal se desfez. Ainda não há previsão de alta. Bolsonaro deu entrada no hospital na madrugada desta segunda-feira, após sentir dores abdominais no domingo, último dia de sua viagem a lazer pelo litoral de Santa Catarina. O presidente tem um histórico de problemas no trato intestinal em decorrência do atentado a faca que sofreu durante a campanha em 2018.

Redes sociais

Durante o dia, na véspera, as redes sociais se dividiram sobre o estado de saúde de Bolsonaro. Em suas publicações, diversos internautas trocaram as mensagens de solidariedade por cobranças em relação à omissão de sua gestão sobre as enchentes que assolam o sul da Bahia. — No caso da Bahia, o presidente foi andar de jet ski em Santa Catarina. Isso vai criando alguns paradoxos, como a falta de humanidade do governo com as populações atingidas pela chuva, enquanto Bolsonaro pede solidariedade a ele. A partir disso, muitas pessoas usam essa situação para se opor ao presidente — afirmou o cientista político Paulo Niccoli Ramirez à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA). Ao expor suas fragilidades nas redes sociais, internado, Bolsonaro busca apoio e empatia da população. Em queda nas pesquisas eleitorais, o atual mandatário vê sua popularidade despencar e a reeleição em xeque. Niccoli acredita que a população chegou ao limite do esgotamento com as ações e omissões do presidente e, por isso, deixou de apoiá-lo mesmo nessas circunstâncias. — Tem duas fórmulas de uma figura carismática buscar apoio da população. Um dos exemplos é Lula, que fala sobre os problemas do povo e cria uma imagem positiva. No caso de Bolsonaro, ele tenta ser carismático, mas por meio da truculência. Ele está chegando em um nível de esgotamento, após todo o caos vivido pelo Brasil e sem o apoio do próprio presidente. Ninguém torce para ele morrer, mas querem ele vivo para pagar na Justiça pelos crimes que cometeu — disse o cientista político.

Corrida

Na véspera, o diário conservador paulistano Folha de S.Paulo (FSP) publicou uma reportagem mostrando que banqueiros e empresários não acreditam mais na chamada ‘terceira via’, apostando as fichas numa disputa entre Lula e Bolsonaro, em 2022. Alguns, inclusive, já tendem a apoiar o petista na corrida presidencial. — A elite é dependente do ponto de vista econômico das práticas internacionais. Por uma pressão do mercado externo, que não rejeita Lula, a tendência é que isso influencie os empresários brasileiros — disse Niccoli. Mas, segundo o cientista político, “existe a ignorância, já que muitos empresários não são brilhantes intelectualmente e só mantiveram o patrimônio herdado de suas gerações anteriores”.  — E foram estes que deram carta branca para Bolsonaro e Paulo Guedes. Então, o empresariado já desembarcou do governo atual, seja por pressão externa ou por terem visto que não é um bom negócio — concluiu.
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