Entre as provas reunidas ao longo de quase dois anos de investigação, consta o discurso que Bolsonaro teria preparado para ser lido caso o golpe de Estado fosse bem-sucedido. Segundo a PGR, o documento encontrado na sala do ex-presidente no Partido Liberal (PL) descrevia os passos do plano.
Por Redação – de Brasília
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 suspeitos traz elementos que reforçam a acusação de que o ex-mandatário neofascista não apenas tinha pleno conhecimento da intentona golpista, mas atuava como principal líder do movimento fracassado em 8 de Janeiro de 2023.
Entre as provas reunidas ao longo de quase dois anos de investigação, consta o discurso que Bolsonaro teria preparado para ser lido caso o golpe de Estado fosse bem-sucedido. Segundo a PGR, o documento encontrado na sala do ex-presidente no Partido Liberal (PL) descrevia os passos do plano, incluindo a decretação de estado de sítio e a implementação da Lei da Garantia da Ordem (GLO).
Controle
O material também foi encontrado no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que, para a PGR, comprova a prévia articulação da tentativa de ruptura institucional.
“Tratava-se do discurso a ser recitado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no momento da efetivação do golpe de Estado. O mesmo texto também foi encontrado no aparelho celular de Mauro Cid”, revela a denúncia.
De acordo com a PGR, o documento comprova que Bolsonaro exercia total controle sobre a organização criminosa e tinha clareza sobre o objetivo final do golpe: a manutenção de seu poder de forma autoritária, recorrendo à força se necessário.
“O discurso encontrado na sala de Jair Messias Bolsonaro reforça o domínio que este possuía sobre as ações da organização criminosa, especialmente sobre qual seria o desfecho dos planos traçados – a sua permanência autoritária no poder, mediante o uso da força”, resume o documento.
