Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Bolsonaro terá que usar tornozeleira após operação da PF

Jair Bolsonaro será monitorado 24h após operação da PF em sua casa. Proibições incluem uso de redes sociais e comunicação com diplomatas.

Sexta, 18 de Julho de 2025 às 09:49, por: CdB

Agentes da PF realizaram operação na casa do ex-presidente, que passará a ser monitorado 24h por dia. Bolsonaro também foi proibido de usar redes sociais e se comunicar com diplomatas estrangeiros.

Por Redação, com DW – de Brasília

A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira uma operação na residência de Jair Bolsonaro, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente.

Bolsonaro terá que usar tornozeleira após operação da PF | Jair Bolsonaro, durante um ato em São Paulo em junho
Jair Bolsonaro, durante um ato em São Paulo em junho

O mandado foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, o tribunal determinou que o ex-presidente terá a partir de agora que usar tornozeleira eletrônica e passará a ser monitorado 24 horas por dia. Ele também não poderá acessar redes sociais.

Bolsonaro foi levado à PF para que o aparelho fosse colocado em seu tornozelo.

De acordo com a ordem, Bolsonaro também terá de permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã. Ele também foi proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, bem como outros réus e investigados pelo Supremo.

Segundo o jornal, as ordens cautelares do STF foram motivadas pela possibilidade de Bolsonaro fugir do país e pedir asilo ao governo dos Estados Unidos.

Bolsonaro suspeito de obstrução de Justiça

Ao emitir a ordem, o ministro do STF Alexandre de Moraes atendeu a uma representação da PF que teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo avaliação da PF, Bolsonaro tem atuado para dificultar o julgamento do processo no qual é réu por tentativa de golpe e tem protagonizado iniciativas que caracterizam os crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania do país.

Ação ocorre em meio a crise diplomática entre EUA e Brasil

A ação da PF e a ordem cautelar contra o ex-presidente ocorrem na esteira de uma crise diplomática entre os EUA e o Brasil, que teve como estopim a imposição de um tarifaço pelo presidente Donald Trump, um aliado de Bolsonaro, e a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil.

Entre as justificativas elencadas por Trump está a situação legal de Bolsonaro, que segundo o americano estaria sendo vítima de uma “caça às bruxas”.

As medidas da Casa Branca foram comemoradas à época do anúncio, em 9 de julho, pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde março nos EUA e tem feito lobby junto a políticos americanos em favor do pai.

O tarifaço, porém, repercutiu mal até mesmo entre setores da direita e dividiu expoentes do bolsonarismo, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Em entrevistas recentes, Jair Bolsonaro mencionou a intenção de reaver seu passaporte para ir até os EUA “conversar” com Trump e reverter as tarifas, alegando que tal medida nunca teria sido imposta caso ele fosse o presidente.

Na noite de quinta-feira, Trump, divulgou ainda uma carta ao ex-presidente Jair Bolsonaro na qual reiterou seu apoio diante do que chamou de “terrível tratamento” que, em sua opinião, ele está recebendo da Justiça brasileira.

Trump também ressaltou o desejo de que a ação penal contra Bolsonaro pela acusação de tramar um golpe de Estado acabe “imediatamente”. O governo Lula classificou as ações de Trump como “chantagem”.

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