Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Bolsonaro parte para o ‘já ganhou’ mas candidatura vacila no Judiciário

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Quarta, 17 de Outubro de 2018 às 12:23, por: CdB

Candidato neofascista à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) diz que está com ‘a mão na faixa presidencial’, mas campanha de notícias falsas poderá impedi-lo.

 
Por Redação - do Rio de Janeiro
  O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira que já está com a mão na faixa presidencial; uma vez que o adversário na disputa pelo Palácio do Planalto, Fernando Haddad (PT), não conseguirá, segundo afirmou, reverter a desvantagem apontada pelas pesquisas até o dia do segundo turno da eleição presidencial. A posição vantajosa na corrida eleitoral, no entanto, é questionada por se basear em notícias falsas, disseminadas há anos, pelas redes sociais.
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Bolsonaro diz que já ganhou as eleições porque Haddad está muito distante na pesquisa
Falando a jornalistas, após visitar a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, porém, Bolsonaro diz que o PT e Haddad estão “apavorados” e “perdidos”. A ação apresentada pela coligação do petista, nesta quarta-feira, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que questiona as notícias falsas, afirmou, confirma o desespero do adversário. Líder das pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro desconversou quando questionado sobre possível presença em debates na televisão, afirmando que aguarda avaliação na quinta-feira dos médicos responsáveis por seu tratamento após ter sido esfaqueado em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) no mês passado.

Desinformação

O relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Edison Lanza, no entanto, questiona a validade da campanha realizada por Bolsonaro. Ele disse, nesta manhã, que nas campanhas políticas desenvolvidas no Brasil, entre diferentes candidatos à Presidência da República, houve "desinformações deliberadas”, a exemplo do caso conhecido como ‘Kit Gay’, uma mentira disseminada há anos pela campanha neofascista. — A informação que temos é que no Brasil houve muito movimento de desinformação deliberada, alguns com formatos jornalísticos falsos e outras com formatos mais difíceis de classicar como memes, notícias em formatos simplistas e outros tipos — afirmou. Lanza fez estas declarações durante a conferência internacional "Desinformação na era digital e seu impacto na liberdade de expressão e os processos eleitorais da região" que aconteceu em Montevidéu, capital do Uruguai. O relator armou que as notícias falsas (fake news) representam um fenômeno "muito novo", com poucos anos de descoberta, por isso, acredita ser "difícil" avaliar o impacto que elas têm na sociedade. — No Brasil, o fenômeno surgiu com muita força. Algumas dessas informações são notícias que a imprensa descobriu, desmascarando as equipes de campanha. Outras, as próprias plataformas indicaram e começaram a tomar medidas — explicou.

‘Cobertura crítica’

Estados Unidos e Reino Unido Para o diplomata uruguaio, estas estratégias tiveram notoriedade dentro das campanhas eleitorais dos Estados Unidos, Brexit, no Reino Unido, a campanha pela paz da Colômbia e nas últimas eleições presidenciais do México. — Quando uma decisão pode ser influenciada por um fluxo de informações falsas sobre um candidato ou partido e, acima de tudo, com as ferramentas tecnológicas que hoje permitem a viralização, tem-se um fenômeno muito perigoso — disse. Alguns dos pontos que a CIDH recomenda para evitar este tipo de informações são "sistemas efetivos" de autorregulação e prestação de contas que jornalistas e veículos de imprensa devem colocar em prática. Também se deve atuar em função da retificação e direito de resposta diante das informações incorretas, assim como oferecer uma "cobertura crítica" da desinformação, propaganda e notícias falsas. A CIDH também recomenda a capacitação dos jornalistas em tecnologia da informação e que se promova o jornalismo investigativo. Nesse contexto, Lanza disse que a América Latina passa por um "momento muito complicado", quanto ao respeito à liberdade de expressão em alguns países como Honduras, Guatemala, México, Nicarágua e Venezuela, onde casos de repressão e prisão de jornalistas foram registrados nos últimos anos
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