Rio de Janeiro, 31 de Março de 2025

‘Bolsonaro não é uma pessoa civilizada’, afirma Lula aos franceses

Por Marilza de Mello Foucher - Na entrevista exclusiva ao diário francês Libération, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chama o mandatário neofascista Jair Bolsonaro (sem partido) de “presidente de extrema-direita”.

Quinta, 07 de Outubro de 2021 às 11:13, por: CdB

Na entrevista exclusiva ao diário francês Libération, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chama o mandatário neofascista Jair Bolsonaro (sem partido) de “presidente de extrema-direita”. Lula, que lidera todas as pesquisas de opinião, observa também que Bolsonaro “não está em posição de desferir um golpe”.

Por Redação, com Marilza de Mello Foucher - correspondente em Paris
“Bolsonaro não é uma pessoa civilizada. Ele não gosta de pobres, nem de indígenas, nem de mulheres, nem de LGBT, nem de sindicatos, nem de democracia”, criticou Lula ao jornal francês Libération, que publicou na capa de sua edição desta quinta-feira a entrevista exclusiva à correspondente Chantal Rayes.
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"Após deixar a Presidência, Bolsonaro terá que responder na Justiça por 'atos arbitrários' cometidos durante o governo", afirmou Lula ao Libé
— O Bolsonaro perderá e deixará o poder, como deve ser — previu Lula ao diário francês de centro-esquerda.

Neofascismo

O líder petista também afirmou que, após deixar a Presidência, Bolsonaro terá que responder na Justiça por “atos arbitrários” cometidos durante o governo. Ao jornalista, Lula acrescenta que “o povo brasileiro vai se encarregar de acabar com esta era de incertezas, para restaurar a plenitude democrática”. A reportagem destaca, ainda, que a um ano das eleições, Lula lidera todas as pesquisas contra Bolsonaro, chamado de “presidente de extrema-direita”. O ex-presidente ressaltou que o mandatário “não está em posição de desferir um golpe”. Além disso, não tem credibilidade junto aos brasileiros por “incapacidade política e psicológica”. Lula pontou também que o mais alto representante do neofascismo, no país, jogou “no lixo” a diplomacia brasileira, comprometendo a imagem do Brasil, no mundo. — Tendo olhos apenas para Trump, ele falou mal da China, Rússia, Argentina, Bolívia, Chile … Ele até ofendeu pessoalmente (a primeira-dama francesa) Brigitte Macron — acrescentou o ex-presidente.

Bolsa Família

Outra manobra eleitoreira, a tentativa de Bolsonaro de alterar o nome do Bolsa Família, também foi alvo das críticas do líder popular, sobre o plágio ao programa criado, com sucesso, durante seus dois mandatos. A medida foi elogiada na Organização das Nações Unidas e recomendada para os países em desenvolvimento. — Como fui eu quem criou o Bolsa Família, o presidente quer mudar o nome do programa na esperança de convencer as pessoas a votar nele. Mas o povo é inteligente e não vai se deixar enganar — conclui. Marilza de Mello Foucher é jornalista, economista e correspondente do Correio do Brasil, em Paris.
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