O governo esclarece ainda que o valor não é destinado à compra de nenhuma vacina específica e poderá ser usado conforme o planejamento e as necessidades do Ministério da Saúde, inclusive para aquisição do imunizante chinês CoronaVac.
Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro assinou, nesta quinta-feira, medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 20 bilhões para a vacinação contra a Covid-19 no Brasil, inclusive para a compra de imunizantes.
— Assinei agora há pouco MP destinando crédito de 20 bilhões para compra de vacinas. Como já acertado com a saúde, tão logo tenhamos vacina certificada pela Anvisa, ela estará disponível a todo o Brasil, de forma gratuita e voluntária — disse Bolsonaro durante a cerimônia de posse de Gilson Machado no Ministério do Turismo.
Os recursos da MP, que fora anunciada pelo governo na semana passada, serão usados para financiar o Plano Nacional de Imunização contra a covid-19. Em nota, o Palácio do Planalto informou que o crédito será usado para “despesas com a compra das doses de vacina, seringas, agulhas, logística, comunicação e todas as despesas que sejam necessárias para vacinar a população”.
Pazuello
O governo esclarece ainda que o valor não é destinado à compra de nenhuma vacina específica e poderá ser usado conforme o planejamento e as necessidades do Ministério da Saúde.
“A medida permitirá que as autoridades de saúde brasileiras fiquem em condições de adquirir as primeiras vacinas que tenham o seu uso autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que apresentem possibilidade de rápida disponibilização à população brasileira”, diz o texto.
No planejamento para uso dos recursos está, por exemplo, a aquisição de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer que o ministério negocia. O valor dessa aquisição ainda não está definido mas, de acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o valor deve ficar entre 9 e 11 dólares por dose.
Fiocruz
O governo federal também negocia com o Instituto Butantan para adquirir a vacina CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e produzida no Brasil pela instituto ligado ao governo de São Paulo.
Até o momento, o governo já editou duas MPs relativas a recursos para vacinas, uma com R$ 1,9 bilhão para acordo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório AstraZeneca e outra, de R$ 2,5 bilhões, para o ingresso do Brasil no programa global de imunizantes Covax.
O discurso do mandatário mudou também no campo da Comunicação Social. Agora, o governo vai investir em uma campanha publicitária para convencer os brasileiros da importância e da segurança das vacinas a serem usadas contra a covid-19 no país. Anteriormente, Bolsonaro havia dito que não tomará a vacina, “e ponto final”.
Vacina segura
A campanha planejada pelo governo tentará mostrar que o programa nacional de vacinação do país tem mais de 50 anos de atuação e trabalha com vacinas eficazes e seguras. Também buscará reforçar que a vacinação é necessária para reduzir a circulação do vírus e proteger os mais vulneráveis.
Os slogans da campanha, de acordo com o plano do governo, serão: “Brasil Imunizado, somos uma só nação”; “Vacina Segura - É o Governo Federal cuidando dos brasileiros” e “A vacina é um direito seu. Cuidar de você é Dever nosso!”
Além da campanha, a estratégia de comunicação do ministério prevê “monitoramento de redes sociais para esclarecer rumores, boatos e informações equivocadas” que podem levar pessoas a evitar se vacinar, a começar pelas redes sociais do presidente da República.