Bolsonaro mantém ameaças à democracia, com apoio de seguidores
"Vocês estão aí, além de clamar pela garantia da nossa liberdade, buscando uma maneira que tenhamos uma eleições limpas e democráticas no ano que vem. Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição. Nós mais que exigimos, podem ter certeza, juntos, porque vocês são de fato meu Exército", disse Bolsonaro a seus seguidores.
"Vocês estão aí, além de clamar pela garantia da nossa liberdade, buscando uma maneira que tenhamos uma eleições limpas e democráticas no ano que vem. Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição. Nós mais que exigimos, podem ter certeza, juntos, porque vocês são de fato meu Exército", disse Bolsonaro a seus seguidores.
Por Redação - de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a desafiar a ordem democrática e disse a seus seguidores que não haverá eleições, no ano que vem, se o Congresso rejeitar a proposta que tramita sobre o voto impresso. Ao longo deste domingo, alguns de seus apoiadores foram às ruas e voltaram a pedir a volta da ditadura militar.
Bolsonaro tem esticado a corda e promovido mais manifestações contra a democracia, a exemplo das voltinhas de moto pelo interior do país
— Vocês estão aí, além de clamar pela garantia da nossa liberdade, buscando uma maneira que tenhamos uma eleições limpas e democráticas no ano que vem. Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição. Nós mais que exigimos, podem ter certeza, juntos, porque vocês são de fato meu Exército, o nosso Exército, que a vontade popular seja expressada na contagem pública dos votos — ameaçou Bolsonaro, em um vídeo dirigido aos manifestantes, em frente ao Congresso.
Golpistas
O mandatário incitou os radicais de direita a não "esperar acontecer para tomar providências".
— Juntos, nós faremos o que tiver que ser necessário para que, repito, haja contagem pública dos votos e tenhamos eleições democráticas no ano que vem — repetiu.
Protetor da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido atacado por Bolsonaro. As frequentes declarações golpistas do mandatário agravam a crise entre o Planalto e os demais poderes, principalmente o Judiciário.
‘Centrão’
Até mesmo os aliados do dignatário têm avaliado que a insistência no discurso golpista é negativa para sua imagem, desgastada junto à opinião pública conforme as últimas pesquisas de opinião. Bolsonaro tem tentado manter sua base radical mobilizada e, para tanto, coloca em xeque a democracia.
Seu discurso, no entanto, distancia-se do bordão que o elegeu, em 2018, após se aliar ao chamado ‘Centrão’ para evitar a votação de um dos mais de 100 pedidos de impedimento que se encontram parados, na Câmara. Na semana passada, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do grupo parlamentar, tomou posse na Casa Civil.