O quarto ato público ultradireitista realizado dia 3 de agosto, na avenida Paulista, registrou uma pequena reversão na tendência de esvaziamento que vinha se configurando nos três anteriores:
* no dia 25 de fevereiro protestaram 285 mil fanáticos delirantes;
* em 6 de abril, 44,9 mil;
* em 29 de junho, 12,4 mil;
* no domingo, 3 de agosto, 37,6 mil.
Por Celso Lungaretti, editor do blog Náufrago da Utopia.

Os números não assustam. Percebe-se que os os novos totalitários bateram no fundo do poço em fins de junho e parte deles agora inicia uma tentativa de volta à superfície.
Mas, não passam de 13,2% do contingente de fevereiro, pouco mais de um sétimo daqueles bovinizados que menos de seis meses atrás queriam ver o Brasil transformado numa Alemanha nazista.
Mesmo assim, nosso país não pode assistir indiferente a uma manifestação em favor de uma nação estrangeira que o trata como inimigo, quer causar-lhe grande prejuízo econômico e impor-lhe sua vontade na marra, forçando-o a não punir indiscutíveis criminosos contra os quais acumulou uma verdadeira montanha de provas e depoimentos.
Se estivéssemos em guerra contra os EUA, esses traidores da pátria deveriam ser fuzilados como quinta-colunas.
Como é só o também golpista Donald Trump que está em guerra contra a ordem constitucional brasileira (pois canalhas dessa laia se atraem), caberia ao menos a imediata prisão dos líderes desses atos públicos que tentam convencer brasileiros à rendição face aos estrangeiros que os retaliam e enviam ultimatos insultuosos.
Quanto a Jair Bolsonaro, ficou evidenciada a sua intenção de desmoralizar a Justiça e a nação brasileiras, não restando a Alexandre de Moraes outra opção que não a de ordenar a sua imediata prisão.
Não numa solitária imunda como aquela em que a ditadura da qual Bolsonaro é tão nostálgico me manteve em 1970, só de cueca, com sangue e pus escorrendo do meu tímpano estourado, sem sequer uma torneira, muito menos qualquer coberta para as madrugadas geladas.
Pode ser num confortável quarto como aquele destinado a Adolf Hitler após o fracasso do putsch da cervejaria, desde que Bolsonaro não insista em continuar insuflando golpes de estado mesmo no cativeiro.
Em troca dos privilégios que recebia, seu antecessor famoso se resignou ao silêncio durante os nove meses de prisão que cumpriu.
Se o Jair soubesse escrever, poderia até produzir sua versão do Mein Kampf. Mas isto seria pedir demais a tão medíocre personagem…
Por Celso Lungaretti – jornalista, escritor, militante contra a Ditadura de 64-85, editor do Blog Náufrago da Utopia.
Direto da Redação é um fórum de debates publicado no jornal Correio do Brasil pelo jornalista Rui Martins.