Rio de Janeiro, 23 de Dezembro de 2024

Bolsonaro dobra aposta na instabilidade democrática do Brasil

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Quarta, 20 de Janeiro de 2021 às 13:25, por: CdB

Em novo elogio aos militares, Bolsonaro lembrou ter afirmado que “o Brasil vem experimentando mudança ao longo dos últimos dois anos. Uma das mais importantes: temos um presidente da República que, juntamente com seu Estado Maior, ministros, acreditam em Deus, respeitam os seus militares.

Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dobrar a aposta na instabilidade democrática do país, apenas 48 após afirmar que as Forças Armadas ditam se um povo viverá em um regime democrático ou sob uma ditadura. Nesta quarta-feira, o mandatário neofascista reafirmou que os militares seguem “o norte indicado pela nossa população”, sem citar o papel constitucional das instituições de Estado.
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O presidente Bolsonaro (sem partido) volta a ameaçar a democracia brasileira
— Nós, militares das Forças Armadas, seguimos o norte indicado pela nossa população. Nós nos orgulhamos disso. Eu me orgulho das Forças Armadas e assim diz nosso povo em todos os momentos que é chamado a falar sobre ela — disse Bolsonaro, durante cerimônia dos 80 anos da Força Aérea Brasileira (FAB). Em novo elogio aos militares, Bolsonaro lembrou ter afirmado que “o Brasil vem experimentando mudança ao longo dos últimos dois anos. Uma das mais importantes: temos um presidente da República que, juntamente com seu Estado Maior, ministros, acreditam em Deus, respeitam os seus militares, fato raro nas últimas três décadas em nosso país". — Eu prego e zelo pela união de todos, pelo entendimento, pela paz e pela harmonia. Mas, os poucos setores que teimam remar em sentido contrário, tenho certeza, vocês perderão — ameaçou.

Sem oxigênio

No discurso usado para desmerecer a democracia brasileira, Bolsonaro voltou a fazer pouco da pandemia que já ceifou mais de 210 mil vidas, no país. O presidente desdenhou do atraso registrado no início da vacinação nacional contra a covid-19 e disse apenas que os imunizantes foram entregues no dia “D-1”. Sua afirmação refere-se à declaração do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, de que a vacinação teria início no “Dia D e na hora H”, quando nem ele previa quando a campanha teria início. Bolsonaro resumiu-se a elogiar o papel da Força Aérea no transporte de insumos e medicamentos para Manaus, cuja rede hospitalar entrou em colapso devido à falta de oxigênio para os pacientes com a covid-19, o que elevou o número óbitos. Mas não comentou o fato do ministério ter ignorado o alerta feito com dez dias de antecedência sobre o risco em curso para as unidades de saúde. — Podemos dizer, como sempre, o papel da nossa Força Aérea. Só no corrente ano, o que fizeram pelo próximo, podemos citar o socorro aos nossos irmãos de Manaus, que passavam momentos difíceis. E a nossa Força Aérea, transportando em suas asas meios materiais e gente para socorrer os nossos irmãos — afirmou.

Impeachment

Enquanto Bolsonaro ameaçava o regime republicano, juristas e ex-alunos formados na Faculdade de Direito da USP preparavam-se para entregar, nesta quarta-feira, um pedido de abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro, com 1,2 mil assinaturas, ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). O documento contém pesadas críticas à política do governo para enfrentar à pandemia de covid-19. O abaixo-assinado cita, ainda, as motivações para o pedido e ressalta a importância de as instituições tomarem posições em defesa da democracia. O documento tem a assinatura do atual diretor da faculdade, professor Floriano de Azevedo Marques Neto; e os criminalistas Pierpaolo Cruz Bottini; Sebatião Tojal; Sérgio Renault; Eugênio Bucci; Igor Tamasauska e Dora Cavalcanti; e Otávio Pinto e Silva.
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