Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Bolsonaro cai nas pesquisas, principalmente entre os eleitores mais jovens

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Sexta, 26 de Fevereiro de 2021 às 13:53, por: CdB

São os piores números desde junho e julho do ano passado, informa o estudo realizado durante um dos mais trágicos períodos vividos pelo país. O Brasil ultrapassou a marca de 250 mil mortes de covid-19. São 10,4 milhões os doentes.

Por Redação - de São Paulo

Embora tenha conseguido se equilibrar, ao longo dos últimos meses, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) passa a enfrentar tendência de queda na sua aprovação e aumento nas taxas de reprovação. A situação é apontada por institutos de pesquisa do país em levantamento realizado pela Fundação Perseu Abramo (FPA).

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Jair Bolsonaro tem perdido espaço junto aos eleitores, em face das trapalhadas de seu governo nas áreas da Saúde e da Economia

São os piores números desde junho e julho do ano passado, informa o estudo realizado durante um dos mais trágicos períodos vividos pelo país. O Brasil ultrapassou a marca de 250 mil mortes de covid-19. São 10,4 milhões os doentes.

Mesmo diante desse cenário de caos, o auxílio emergencial foi encerrado. A oposição ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional trabalha pela volta do pagamento aos necessitados. Além disso, os brasileiros amargam uma torturante espera pela vacinação contra o novo coronavírus diante das “evidentes dificuldades ocasionadas pela omissão do governo federal frente às ofertas de laboratórios no ano passado”, lembra do estudo da FPA.

Pandemia

Diretor da Fundação Perseu Abramo e responsável pelo núcleo de pesquisas, Carlos Henrique Árabe relata que a entidade acompanha sistematicamente a evolução da opinião pública no Brasil.

— Neste começo de ano diversos institutos de pesquisa apontaram esse significativo crescimento da reprovação ao governo Bolsonaro. E esse movimento é atribuído em primeiro lugar ao fim do auxílio emergencial. Como isso é muito recente, esse elemento deve provocar mais crescimento dessa reprovação — afirmou.

Árabe também destaca ausência de política pública de proteção ao povo durante a pandemia por parte do governo Bolsonaro. E especialmente a falta de uma política nacional de vacinação.

— São dois fatores imediatos que devem implicar no crescimento dessa reprovação ao governo, mesmo que a volta do auxilio emergencial venha a ser aprovado — acrescentou.

Nas regiões

O levantamento da FPA analisa pesquisas realizadas pelos institutos XP/Ipespe, Datafolha, Atlas, PoderData e Ideia Exame. Todos indicam em seus números “tendência evidente de queda de aprovação do governo Bolsonaro, iniciada na passagem de dezembro para janeiro – após meses de estabilização. E, em sentido inverso, o mesmo ocorre nas taxas de reprovação. São os piores números desde junho e julho de 2020, quando teve início o auxílio emergencial.

No segmento de renda mais baixa, informa a FPA, novamente a tendência de retorno aos patamares de reprovação e aprovação desse período de junho e julho de 2020. São altos os números de avaliação negativa e baixa avaliação positiva entre os que têm renda familiar mensal menor que dois salários mínimos.

Houve queda generalizada na aprovação e aumento da reprovação em todas as regiões, com “destaque para o Nordeste, que voltou a reprovar de forma significativa o governo Bolsonaro”, ressalta a pesquisa.

Mais jovens

A avaliação positiva do governo Bolsonaro, estável entre os 30% que o apoiam nas pesquisas, não chega a ser uma surpresa para os pesquisadores, mas, na rejeição, chama a atenção os 47% dos jovens de 18 a 24 anos que avaliam sua gestão como ruim ou péssima, na Pesquisa Exame/Idea, publicada nesta sexta-feira.

Além do recorte etário, o gênero também influencia na avaliação do governo, já que 37% dos homens aprovam a gestão, percentual que cai para 27% quando se trata de mulheres. Os índices estão no contexto geral de 43% que possuem a mesma baixa avaliação ao governo atual.

A forma como o presidente toca o seu trabalho também não é vista com bons olhos: 41% dos entrevistados disseram desaprovar a condução de Bolsonaro, enquanto 31% permanecem aprovando-o e 24% está entre as duas opções. Outros 4% não souberam responder.

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