Os foliões baianos abriram o calendário oficial com um protesto massivo contra o governo de ultradireita do capitão Bolsonaro.
Por Redação - do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo
O início deste carnaval já deixou claro que o alvo deste ano será mesmo o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Após a vaia de mais de 1 milhão de paulistanos, na véspera, foi a vez dos foliões baianos abrirem o calendário oficial com um protesto massivo contra o governo de ultradireita. A festa popular mais importante do ano se transforma, rapidamente, em um veículo da insatisfação do eleitor.
Na capital paulista, mais de um milhão de pessoas, no último domingo, se divertiam em um dos maiores blocos carnavalescos da cidade, o Acadêmicos do Baixo Augusta. O protesto foi expontâneo. O bloco saiu às ruas com um discurso político e elegeu Damares Alves, homofobia e Bolsonaro como seus principais alvos.
Entre outros gritos de guerra, o mais popular foi: "Ei, Bolsonaro, vai tomar no *…” com fundo musical da bateria. Os artistas Aydar e Simoninha puxaram gritos de "ele não" e "ele nunca”.
O ex-juiz Sérgio Moro, depois de Bolsonaro, transformou-se no alvo dos protestos, pelas redes sociais, ao ceder à pressão do grupo ligado ao presidente. Na contramão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comemorou, nesta sexta-feira, a exoneração da cientista política Ilona Szabó do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, numa clara derrota política para o ex-juiz e ministro da Justiça, Sérgio Moro, responsável por sua indicação.
Solidariedade
"Após exoneração de Ilana Szabó outro que era contra o projeto anti-crime de Moro pede para sair. O desarmamentista Renato Sérgio de Lima, do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, dispensou-se em solidariedade a Szabó. #grandedia", escreveu Eduardo Bolsonaro pelo Twitter.
Moro, em nota, retirou a nomeação de Ilona Szabó para o Conselho e pede "escusas" à ativista e explica que a indicação teve "repercussão negativa entre certos segmentos”. Quando o nome de Ilana Szabó foi anunciado, nesta semana, o exército pró-Bolsonaro na internet fez campanha para que ela não integrasse o governo. A desnomeação, portanto, é uma derrota para Moro, que recuou após a pressão.
Após exoneração de Ilana Szabó, o também desarmamentista Renato Sérgio de Lima pediu para se retirar do colegiado, em solidariedade à cientista política.