Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Bolsonaristas radicais apostam na polarização com Lula, nas próximas eleições

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Terça, 25 de Maio de 2021 às 12:01, por: CdB

Se quiser ser candidato à reeleição, em 2022, o presidente precisará se filiar a um partido até março do ano que vem e tenta, até agora, formar uma legenda própria, com a tentativa batizada de Aliança pelo Brasil, que até hoje não conseguiu atingir os parâmetros mínimos exigidos pela Justiça Eleitoral.

Por Redação - de Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou, na manhã desta terça-feira, o ‘cercadinho’ — onde reúne seus apoiadores, à saída do Palácio da Alvorada, e fala a eles como forma de pautar o noticiário do dia — para sinalizar a aposta que seu grupo político faz na disputa entre a esquerda e a direita nas eleições do ano que vem.

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Bolsonaro é conhecido, mundialmente, como um vetor contra a Ciência e as vacinas

Bolsonaro e seus aliados, entre eles o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) investem na polarização entre a candidatura neofascista e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aos apoiadores, nesta segunda-feira, o mandatário respondeu à pergunta de uma mulher, que lhe cobrou ação mais eficaz contra opositores.

— Para quem não está contente comigo, tem Lula em 22 — desdenhou.

Candidaturas

Bolsonaro abordou, ainda, os cenários na disputa aos governos de São Paulo e do Rio Grande do Norte.

— O (ministro Rogério) Marinho lá (no Rio Grande do Norte) é um bom nome, não sei se quer, se quer disputar alguma coisa — acrescentou.

Quanto a São Paulo, Bolsonaro adiantou que o (ministro) Tarcísio “está pensando em ser governador em São Paulo”.

— Eu acho que leva em SP. Um cara competente, mostra serviço, trabalha, é formado pela academia Rezende, pelo IME, concursado da Câmara — elogiou.

Sem partido

Se quiser ser candidato à reeleição, em 2022, o presidente precisará se filiar a um partido até março do ano que vem e tenta, até agora, formar uma legenda própria, com a tentativa batizada de Aliança pelo Brasil, que até hoje não conseguiu atingir os parâmetros mínimos exigidos pela Justiça Eleitoral. Ainda no ‘cercadinho’, Bolsonaro disse que, se não conseguir colocar seu partido de pé, buscará uma agremiação na qual possa comandar, efetivamente, os seus rumos.

— Eu não vejo a hora de decidir o partido, mas não é decisão minha. Se o partido for meu, aceito indicação sua (do apoiador). Ninguém quer entregar o osso para gente. Querem entregar só o casco do boi, nem um ossinho com tutano querem dar para gente — mal comparou.

Ainda na conversa com os seguidores, o mandatário fez questão de deixar clara a sua objeção aos meios de comunicação, no país; além do desprezo pela produção jornalística da mídia nacional. Segundo Bolsonaro, em lugar de assistir ou ler o noticiário e se informar sobre o que acontece no Brasil, prefere ver o seriado mexicano Chaves.

— O pessoal gostou do passeio de moto no domingo lá no Rio? Até vi numa TV que filmou o final, começaram a me esculhambar. Não estou preocupado com mídia, não. A gente vê sem querer. Quando não tenho o que fazer, vejo Chaves. ‘Não contavam com minha astúcia’ — parafraseou a personagem interpretada pelo ator Roberto Mario Gómez y Bolaños.

Polarização

Aliado pontual de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira, reforçou a tese de que não há espaço para uma terceira via nas próximas eleições. Segundo o parlamentar, o histórico mostra que a tendência é de polarização entre o atual presidente e o líder petista. Lira falou no evento CEO Conference, do banco BTG Pactual, nesta manhã.

— Sinceramente eu não acredito no Brasil em terceira via, não houve desde 1989 — afirmou. Lira citou Marina Silva (Rede), que conseguiu 21% dos votos em 2014, mas que derreteu em 2018. Na última eleição, teve 1%.

Lira admite que Bolsonaro está em seu pior momento e Lula em seu ponto mais alto desde que retomou os direitos políticos.

— Eu não acredito que vai haver terceira via porque os dois vão convergir para o centro e o centro vai escolher quem é o melhor para governar em 2022 — presume.

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