Em entrevista à mídia conservadora, nesta manhã, Barroso destacou que a conclusão dos inquéritos relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e às fake news será um marco da retomada da normalidade democrática no país.
Por Redação – de Brasília
Ao chegar ao gabinete, nesta segunda-feira, o ministro Luís Roberto Barroso comemorou seu primeiro ano à frente do Supremo Tribunal Federal (STF), data atingida no último sábado. Durante sua gestão, que se estende até setembro de 2025, Barroso afirma que seu maior legado será a “total recivilização” do país.
Em entrevista à mídia conservadora, nesta manhã, Barroso destacou que a conclusão dos inquéritos relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e às fake news será um marco da retomada da normalidade democrática no país.
Eleições
O magistrado revelou que já conversou com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos, e afirmou que há uma expectativa de que essas investigações sejam concluídas em breve.
— Depois das eleições, o procurador-geral da República [Paulo Gonet] deverá definir o que arquivar e o que denunciar. Espero que o pacote inteiro, incluindo os inquéritos sobre milícias digitais, fake news e os atos golpistas, esteja próximo do fim — afirmou o ministro.
Radicalismo
O presidente do STF ressaltou, ainda, o papel fundamental da Corte no enfrentamento do radicalismo que ameaçou a democracia brasileira nos últimos anos.
— O Supremo desempenhou um papel decisivo ao enfrentar o radicalismo da extrema-direita. Não fosse nossa reação, o país poderia ter mergulhado em um abismo de agressividade e ameaças — acrescentou.
Críticas
O mandato de Barroso tem sido marcado também por debates sobre a desenvoltura e a transparência dos ministros da Corte Suprema. Viagens internacionais de magistrados, como a de Dias Toffoli à final da Champions League em Londres e a de Kassio Nunes Marques para o aniversário do cantor Gusttavo Lima na Grécia, têm gerado críticas nas instâncias jurídica.
Ainda que defenda a transparência das ações dos ministros, Barroso não descarta a possibilidade de um Código de Ética para o STF.
— O maior Código de Ética é a transparência com que julgamos e com que a vida dos ministros é acompanhada pela imprensa. Contudo, não descarto a ideia de um Código de Ética, apesar de não haver uma discussão interna sobre isso no momento — pontuou.
Segurança
O ministro, por fim, destacou que, desde 2018, a necessidade de segurança pessoal para os magistrados aumentou devido à crescente violência e polarização no país.
— Hoje, não podemos mais sair às ruas sem segurança. Algo no Brasil extraiu o pior das pessoas. Precisamos investir na pacificação e na retomada da civilidade — concluiu Barroso.