O ataque ocorreu na terça-feira e, segundo a Ucrânia, atingiu um restaurante no centro de Kramatorsk, enquanto o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o alvo era um "ponto de deslocamento temporário do pessoal de comando da 6ª Brigada de Infantaria das Forças Armadas" de Kiev.
Por Redação, com ANSA e Reuters - de Kiev
Ao menos 11 pessoas morreram após um ataque aéreo russo em Kramatorsk, importante cidade da província de Donetsk, no leste da Ucrânia.
O balanço é do serviço de emergência ucraniano, que também menciona mais de 60 feridos no bombardeio. Entre os mortos estão uma adolescente de 17 anos e duas irmãs de 14.
O ataque ocorreu na terça-feira e, segundo a Ucrânia, atingiu um restaurante no centro de Kramatorsk, enquanto o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o alvo era um "ponto de deslocamento temporário do pessoal de comando da 6ª Brigada de Infantaria das Forças Armadas" de Kiev.
União Europeia
Já o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, definiu o ataque como "crime de guerra".
– Em mais uma demonstração do terror que a Rússia impõe a civis ucranianos, um míssil de cruzeiro atingiu um restaurante e um centro comercial em Kramatorsk. Este local era um conhecido ponto de encontro para a imprensa internacional – acrescentou.
Três colombianos ficaram feridos no ataque: o escritor Héctor Abad Faciolince, o ex-comissário da paz Sergio Jaramillo e a jornalista Catalina Gómez, que conversavam no restaurante com a escritora ucraniana Victoria Amelina.
Os três latino-americanos sofreram apenas ferimentos leves, mas Amelina está em estado grave devido a um traumatismo craniano.
Kremlin rejeita relatório da ONU
O Kremlin rejeitou nesta quarta-feira as alegações da Organização das Nações Unidas (ONU) de que a Rússia violou os direitos das crianças na Ucrânia e disse que, ao contrário, suas Forças Armadas estão resgatando crianças de zonas de conflito.
Um relatório divulgado na terça-feira acusou a Rússia de deter mais de 800 civis, alguns deles crianças, e de executar 77 civis desde o início do conflito em fevereiro do ano passado.
Em outro relatório, encomendado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para o Conselho de Segurança da ONU e publicado na semana passada, a Rússia é acusada de ter matado 136 crianças em 2022.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em um briefing que Moscou "rejeita firmemente" tais acusações.
– Nossos militares, arriscando repetidamente suas próprias vidas, tomaram medidas para salvar crianças, para tirá-las de bombardeio, que, aliás, foi realizado pelas Forças Armadas da Ucrânia contra a infraestrutura civil – declarou ele.
A Rússia rejeita regularmente as acusações de abusos dos direitos humanos na Ucrânia e também nega mirar deliberadamente em civis no que chama de "operação militar especial".
O relatório de 36 páginas da ONU de terça-feira, baseado em 70 visitas a centros de detenção e mais de mil entrevistas, também aponta que a Ucrânia violou o direito internacional ao deter civis arbitrariamente, mas em uma escala consideravelmente menor.