Graça ainda garantiu que, diante do montante elevado firmado na renovação de contrato, ainda renegociou o pagamento prometido.
Por Redação, com EFE - de Turim
O presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça, voltou a se defender das acusações de corrupção referentes ao período de 15 anos em que comandou a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).
– Eu não tenho nenhum processo contra mim, eu não tenho nenhuma investigação contra mim. Não sou chamado pelo Ministério Público, tribunal, nada. Tudo é uma questão de versão – garantiu o dirigente, em entrevista concedida em Turim, na Itália.
– O que houve ali, é bem claro, um grupo resolveu tomar o poder, chefiado por alguém que não aparece nunca, o cara é muito inteligente, o Bernardinho. Quem está por trás de tudo isso é o Bernardinho e o Banco do Brasil, porque fizemos um contrato com o Banco do Brasil de R$ 350 milhões – completou o dirigente, em referência a renovação de contrato de patrocínio assinada em 2012.
Questionado sobre as denúncias de pagamento de comissão de R$ 10 milhões à empresa S4G Gestão de Negócios, de propriedade de Fábio André Dias Azevedo, para gerir a negociação que estendeu o acordo com o banco, Graça negou qualquer irregularidade e explicou que precisou montar equipe fechar o contrato.
– Tudo começou com o Henrique Pizzolato (ex-diretor de marketing do Banco do Brasil). A investigação com ele começou por minha causa. Ele me denunciou, roubava e dizia que eu roubava. Aí eu fui na sala do presidente do banco e falei que ia chamar a polícia, que a polícia resolvesse. Ele ficou apavorado, disse que não queria escândalo e me prometeu que iria abrir investigação sobre as transações do Pizzolato. Deu no que deu – afirmou.
De acordo com o presidente da FIVB, a partir da queda de toda a equipe da diretoria de marketing do banco, as portas a ele foram fechadas e acabou o diálogo para a renovação de contrato, por isso, foi criada uma equipe para assumir as conversas.
– Havia uma carta do Banco do Brasil, em que me ofereciam R$ 42 milhões pela renovação do contrato, mas eu queria R$ 50 milhões. Só que não falavam comigo. Eu fiz um contrato com essa equipe, inclusive o (Marcos) Pina (ex-superintendente da CBV) dizendo que: até 50 milhões, eu não pago ninguém, que é o que eu quero, mas, o que vocês conseguirem acima, eu vou pagar 10%. Depois de um ano e meio de negociação, fechamos por R$ 70 milhões – contou.
Graça ainda garantiu que, diante do montante elevado firmado na renovação de contrato, ainda renegociou o pagamento prometido, pagando menos que os R$ 7 milhões combinados anteriormente com o grupo que geriu o contrato com o Banco do Brasil.
Acusado
O dirigente, que foi acusado por favorecimento de familiares e amigos em contratos da entidade, afirmou que diversos órgãos, como Ministérios Públicos, Tribunal de Contas da União, entre outros, avaliaram documentos da CBV e não encontraram irregularidades.
– Nós tínhamos uma planilha de custos, que mostra que não tem nenhum superfaturamento. Eu vou contratar quem? Quem entende o que eu estou fazendo? – disse Graça, que garantiu ter firmado acordos vantajosos e de menor custo para a entidade nacional.
Graça, inclusive, assegurou ter deixado a Confederação Brasileira de Voleibol com situação financeira saudável, quadro que mudou nos últimos anos, na gestão de Walter Pitombo Laranjeiras.
– O que está acontecendo agora? O 'ladrão' aqui deixou R$ 40 milhões de caixa, um contrato de R$ 350 milhões. Gastaram tudo, perderam por 2 anos seguidos R$ 23 milhões, que está em balanço. Estão devendo, inclusive a Federação Internacional, acho que uns US$ 300 mil – defendeu-se.