Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Ary Graça nega qualquer irregularidade em contratos da CBV

Graça ainda garantiu que, diante do montante elevado firmado na renovação de contrato, ainda renegociou o pagamento prometido.

Terça, 02 de Outubro de 2018 às 10:48, por: CdB

Graça ainda garantiu que, diante do montante elevado firmado na renovação de contrato, ainda renegociou o pagamento prometido.

Por Redação, com EFE - de Turim O presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça, voltou a se defender das acusações de corrupção referentes ao período de 15 anos em que comandou a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).
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O presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça
– Eu não tenho nenhum processo contra mim, eu não tenho nenhuma investigação contra mim. Não sou chamado pelo Ministério Público, tribunal, nada. Tudo é uma questão de versão – garantiu o dirigente, em entrevista concedida em Turim, na Itália. – O que houve ali, é bem claro, um grupo resolveu tomar o poder, chefiado por alguém que não aparece nunca, o cara é muito inteligente, o Bernardinho. Quem está por trás de tudo isso é o Bernardinho e o Banco do Brasil, porque fizemos um contrato com o Banco do Brasil de R$ 350 milhões – completou o dirigente, em referência a renovação de contrato de patrocínio assinada em 2012. Questionado sobre as denúncias de pagamento de comissão de R$ 10 milhões à empresa S4G Gestão de Negócios, de propriedade de Fábio André Dias Azevedo, para gerir a negociação que estendeu o acordo com o banco, Graça negou qualquer irregularidade e explicou que precisou montar equipe fechar o contrato. – Tudo começou com o Henrique Pizzolato (ex-diretor de marketing do Banco do Brasil). A investigação com ele começou por minha causa. Ele me denunciou, roubava e dizia que eu roubava. Aí eu fui na sala do presidente do banco e falei que ia chamar a polícia, que a polícia resolvesse. Ele ficou apavorado, disse que não queria escândalo e me prometeu que iria abrir investigação sobre as transações do Pizzolato. Deu no que deu – afirmou. De acordo com o presidente da FIVB, a partir da queda de toda a equipe da diretoria de marketing do banco, as portas a ele foram fechadas e acabou o diálogo para a renovação de contrato, por isso, foi criada uma equipe para assumir as conversas. – Havia uma carta do Banco do Brasil, em que me ofereciam R$ 42 milhões pela renovação do contrato, mas eu queria R$ 50 milhões. Só que não falavam comigo. Eu fiz um contrato com essa equipe, inclusive o (Marcos) Pina (ex-superintendente da CBV) dizendo que: até 50 milhões, eu não pago ninguém, que é o que eu quero, mas, o que vocês conseguirem acima, eu vou pagar 10%. Depois de um ano e meio de negociação, fechamos por R$ 70 milhões – contou. Graça ainda garantiu que, diante do montante elevado firmado na renovação de contrato, ainda renegociou o pagamento prometido, pagando menos que os R$ 7 milhões combinados anteriormente com o grupo que geriu o contrato com o Banco do Brasil.

Acusado

O dirigente, que foi acusado por favorecimento de familiares e amigos em contratos da entidade, afirmou que diversos órgãos, como Ministérios Públicos, Tribunal de Contas da União, entre outros, avaliaram documentos da CBV e não encontraram irregularidades. – Nós tínhamos uma planilha de custos, que mostra que não tem nenhum superfaturamento. Eu vou contratar quem? Quem entende o que eu estou fazendo? – disse Graça, que garantiu ter firmado acordos vantajosos e de menor custo para a entidade nacional. Graça, inclusive, assegurou ter deixado a Confederação Brasileira de Voleibol com situação financeira saudável, quadro que mudou nos últimos anos, na gestão de Walter Pitombo Laranjeiras. – O que está acontecendo agora? O 'ladrão' aqui deixou R$ 40 milhões de caixa, um contrato de R$ 350 milhões. Gastaram tudo, perderam por 2 anos seguidos R$ 23 milhões, que está em balanço. Estão devendo, inclusive a Federação Internacional, acho que uns US$ 300 mil – defendeu-se.
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