O pedido de recuperação judicial foi ajuizado em razão da sequência de eventos deflagrada após a descoberta de indícios de irregularidades na contratação de operações de swap pela diretoria financeira.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Após anunciar, na noite passada, o pedido de recuperação judicial, o Grupo Ambipar aguardava, nesta terça-feira, a decisão da 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada em caráter de urgência pelo conselho de administração, incluindo a Environmental ESG Participações e suas afiliadas.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destacou que o pedido de recuperação judicial foi ajuizado em razão da sequência de eventos deflagrada após a descoberta de indícios de irregularidades na contratação de operações de swap pela diretoria financeira e a renúncia abrupta do então diretor financeiro (CFO, na sigla em inglês) João Daniel Piran de Arruda.
O episódio, afirma, resultou em forte abalo na confiança do mercado em relação ao Grupo Ambipar e culminou em pedidos de antecipação de vencimento de dívidas por parte de alguns credores, criando risco concreto de vencimento cruzado de outras obrigações do Grupo.
Atividades
Nesse contexto, acrescenta, a tutela cautelar e o posterior pedido de recuperação judicial foram apresentados para garantir a preservação das atividades empresariais do Grupo Ambipar, permitindo a continuidade de suas operações e a manutenção dos empregos, contratos e serviços prestados.
“A medida também busca assegurar tratamento equitativo aos credores e promover uma reorganização ordenada e transparente, em conformidade com os princípios estabelecidos na Lei nº 11.101/2005, visando resguardar o valor econômico e social do Grupo Ambipar, atendendo, de forma organizada, aos interesses de seus credores, trabalhadores, acionistas e demais stakeholders”, ressalta.
A empresa informou ainda que, diante das mesmas circunstâncias e com os mesmos objetivos, a Ambipar Emergency Response ajuizou, na véspera, o pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial no Brasil. A companhia destaca que a ação envolve apenas a Ambipar Emergency Response, sem incluir qualquer outra sociedade do Grupo Ambipar.
Decisão
Segundo a companhia, seu conselho de administração também aprovou a convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que deverá apreciar a ratificação da decisão de ajuizamento, adotada em caráter de urgência, bem como deliberar sobre a instalação do Conselho Fiscal e a eleição de seus respectivos membros. A Assembleia Geral Extraordinária da ESG, que irá avaliar as matérias, ocorrerá na mesma data da reunião da Ambipar.
“O Grupo Ambipar mantém suas operações normalmente e segue oferecendo serviços de excelência, com segurança, eficiência e confiabilidade, em todos os seus segmentos. Sua força de trabalho permanece plenamente mobilizada sustentando milhares de empregos diretos e indiretos, gerando impacto social e estimulando a atividade econômica”, encerrou.