Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Arthur Lira assume condução dos temas ligados ao Orçamento

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Quinta, 30 de Dezembro de 2021 às 13:34, por: CdB

Era a criação do esquema do orçamento secreto, um duto de recursos públicos para garantir apoio do Congresso ao Palácio do Planalto. Não por acaso, o político alagoano é chamado de primeiro-ministro pelos colegas. Antes das principais votações, Lira sempre telefona para os deputados, com o objetivo de perguntar como eles vão votar.

Por Redação - de Brasília
O poder do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), aumentou nas últimas semanas, desde quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou a ele uma tarefa que deveria ser do Executivo — a de manipular o destino de R$ 11 bilhões em emendas de relator-geral —, para ampliar a sua base aliada e se salvar dos pedidos de impedimento.
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) domina o Orçamento e, assim, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL)
Era a criação do esquema do orçamento secreto, um duto de recursos públicos para garantir apoio do Congresso ao Palácio do Planalto. Não por acaso, o político alagoano é chamado de primeiro-ministro pelos colegas. Antes das principais votações, Lira sempre telefona para os deputados, com o objetivo de perguntar como eles vão votar. Ameaças de cortes de emendas e retiradas de relatorias são comuns. — Está comigo ou não? — confronta o líder do chamado ‘Centrão’.

Imbatível

Ao longo de seu primeiro ano à frente da Câmara, o ex-vereador de Maceió acumulou vitórias com placares folgados, a começar pela própria eleição ao posto de presidente. Como líder do Centrão, Lira já era um candidato forte para suceder a Rodrigo Maia (sem partido-RJ), mas se tornou imbatível ao se aliar a Bolsonaro e ver bilhões do orçamento secreto distribuídos a deputados dispostos a apoiá-lo. Mesmo assim, colheu derrotas. Ficou atônito com o resultado da votação que rejeitou a proposta concebida para ampliar a influência do Congresso no Conselho Nacional do Ministério Público, batizada por opositores como “PEC da Vingança”. Antes, em fevereiro, não conseguira aprovar a “PEC da Blindagem”. Na ocasião, tentou se valer do espírito de corpo diante da prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ). O mesmo Lira que travou processos do Conselho de Ética que poderiam levar à cassação do parlamentar criticou a dificuldade do Ministério Público em punir procuradores e promotores envolvidos em irregularidades. Descrito até por amigos como um “trator”, com estilo vingativo e acostumado a “dar o troco”, o presidente da Câmara transitou entre contradições desse tipo no primeiro ano de mandato. Articulou acordos com governistas e com a oposição, mas “atropelou” o regimento da Casa quando foi conveniente, pulando debates em comissões especiais.
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