No dia seguinte à aprovação do texto, aparecem como grandes vencedores o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e sobretudo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), sem o qual o resultado da votação não teria sido possível.
Por Redação - de Brasília
Ainda que passageira, a paz reinava no meio político reunido entre o Congresso e o Executivo após a aprovação histórica da reforma tributária na Câmara, na madrugada desta sexta-feira. As propostas para a simplificação do sistema e a implantação do Imposto de Valor Agregado (IVA) estão em discussão há 30 anos, desde o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), sem nunca conseguir um consenso. O projeto, agora, será analisado pelos senadores.
No dia seguinte à aprovação do texto, aparecem como grandes vencedores o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e sobretudo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), sem o qual o resultado da votação não teria sido possível.
Na manhã desta sexta-feira, Haddad foi explícito ao comentar a “parceria” entre o Planalto e o presidente da Câmara, sem citar a derrota fragorosa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se colocou contra a aprovação da matéria.
— Lira foi parceiro de primeira hora. Ele me procurou e disse: ‘Isso aqui não é questão de governo, é de Estado e, portanto, conta comigo’ — lembrou. Segundo o ministro da Fazenda, Lira “liderou o processo com muita maestria, muita dignidade. Chegamos a esse resultado porque muita gente ajudou”.
Cesta básica
O rol de apoiadores da reforma reuniu forças políticas à esquerda e à direita, em um consenso inédito. O grande derrotado foi Jair Bolsonaro, seus seguidores e os fanáticos da extrema direita. Aprovada por 382 votos em primeiro turno, a PEC 45 recebeu 118 votos contrários. Entre os apoiadores da reforma, 20 deputados são do PL de Bolsonaro, ou 20% da enorme bancada de 99 parlamentares.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, também expressou o significado da aprovação.
— Acompanho este tema faz mais de três décadas, muitas tentativas frustradas. Considero um dia histórico (o da aprovação da reforma) sob a liderança, diálogo e protagonismo do parlamento brasileiro — destacou.
Oposição
O relator da PEC 45, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também foi muito elogiado por seu republicanismo. Ao reduzir a zero a alíquota dos produtos, desmontou o discurso da oposição bolsonarista, de que a reforma elevaria o preço da cesta básica.
Também não à toa, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) recebeu menções especiais de Haddad e Lira nesta sexta.
— O governador Tarcísio fez a gentileza de vir aqui, não se furtou de dar declarações ao meu lado, sinalizando que há assuntos que são grandes demais para ficar na raia miúda da disputa partidária — resumiu o ministro da Fazenda.