A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, revelou que Braga Netto teria se referido ao general Freire Gomes, então comandante do Exército, como "cagão"e pediu que ele fosse destituído do cargo. Os diálogos, transcritos na decisão do ministro à qual a reportagem do Correio do Brasil teve acesso, detalham o teor das conversas entre Braga Netto e interlocutores.
Por Redação - de Brasília
Ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente da República, derrotado em 2022, o general Walter Braga Netto foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira. Mensagens obtidas pela PF durante as investigações sobre o 8 de Janeiro revelaram uma série de xingamentos e ofensas proferidos por Braga Netto contra integrantes da cúpula das Forças Armadas que se recusaram a participar do golpe de Estado fracassado.

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, revelou que Braga Netto teria se referido ao general Freire Gomes, então comandante do Exército, como "cagão"e pediu que ele fosse destituído do cargo. Os diálogos, transcritos na decisão do ministro à qual a reportagem do Correio do Brasil teve acesso, detalham o teor das conversas entre Braga Netto e interlocutores.
‘Aos leões’
Em uma das mensagens interceptadas, Braga Netto teria encaminhado ao ex-militar Ailton Gonçalves Moraes Barros uma afirmação atribuída a um integrante das Forças Especiais, culpando o general Freire Gomes pelo que estava acontecendo e pelo que viria a ocorrer.
Em resposta, Ailton Barros teria sugerido continuar a pressionar o general Freire Gomes e, caso ele persistisse em não aderir ao golpe de Estado, proposto "oferecer a cabeça dele aos leões". Braga Netto teria concordado com a sugestão: "Oferece a cabeça dele. Cagão".
Braga Netto ainda chamou o ex-comandante da Força Aérea Brasileira, tenente-brigadeiro Baptista Júnior de "traidor da pátria”. Bolsonaro teria reunido os chefes militares para apresentar uma minuta golpista, no início de dezembro.