Rio de Janeiro, 15 de Março de 2025

Anistia Internacional denuncia execuções extrajudiciais na Nicarágua

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Sexta, 19 de Outubro de 2018 às 08:25, por: CdB

A Nicarágua vive uma crise desde o início das manifestações contra cortes em programas sociais planejados pelo governo Ortega em abril, que mais tarde se tornaram um protesto mais generalizado contra o líder.

Por Redação, com Reuters - de Manágua

A organização de direitos humanos Anistia Internacional disse na quinta-feira que documentou ao menos seis “possíveis execuções extrajudiciais” na Nicarágua durante a repressão do governo aos protestos contra o presidente Daniel Ortega.
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Tropa de choque tenta bloquear passagem de manifestantes durante protesto em Manágua
A Nicarágua vive uma crise desde o início das manifestações contra cortes em programas sociais planejados pelo governo Ortega em abril, que mais tarde se tornaram um protesto mais generalizado contra o líder. A repressão aos manifestantes provocou amplo repúdio internacional. Os apoiadores de Ortega dizem que os protestos foram orquestrados por seus oponentes para tirar o ex-guerrilheiro marxista do poder. Em um relatório apresentado na quinta-feira em Berlim, a Anistia Internacional disse que dois homens de 22 e 34 anos e um menino de 16 anos foram mortos a tiros pela polícia quando fugiam de uma troca de disparos em 24 de julho. As outras três possíveis vítimas foram um policial que não agiu e dois jovens que morreram quando alunos da Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua se entrincheiraram em uma igreja de Manágua em 13 de julho, disse a Anistia Internacional.

Ataque político

O subprocurador-geral da Nicarágua, Adolfo Jarquín Ortel, minimizou o relatório por vê-lo como um ataque político ao governo. – A Anistia Internacional não tem autoridade para emitir nenhum relatório sobre a crise na Nicarágua – disse Jarquín Ortel à agência inglesa de notícias Reuters em seu escritório em Manágua. Jarquín Ortel acrescentou que quando a ativista de direitos humanos nicaraguense Bianca Jagger visitou o país com a Anistia Internacional em maio, emitiu “opiniões políticas” críticas a Ortega. A Anistia Internacional também documentou 12 casos de tortura e disse que grupos armados pró-governo usaram “armas letais de uso militar”. Jarquín Ortel respondeu dizendo que os grupos são regulamentados pela lei nicaraguense e que fornecem apoio em assuntos de segurança. Grupos de direitos humanos locais dizem que mais de 300 pessoas foram assassinadas nos protestos. O governo Ortega questiona estas cifras e diz que cerca de 200 pessoas morreram. Ainda na quinta-feira a Comissão Interamericana de Direitos Humanos disse que seus levantamentos mais recentes indicam que 325 pessoas foram mortas durante os protestos, entre elas 21 policiais.
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