Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Agravam-se as suspeitas sobre Trump e caso chega a Bolsonaro

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Sábado, 13 de Agosto de 2022 às 18:19, por: CdB

Entre os documentos divulgados pela Justiça da Flórida, segundo a Rádio França Internacional (RFI), está o mandado que autorizava a busca e apreensão na mansão e um inventário das provas apreendidas pelos agentes do FBI. O termo “ultrassecretos” marcava alguns desses papéis.

Por Redação, com agências internacionais - de Washington
O imbróglio em que se meteu o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pode ser ainda mais complicado e envolver até um parente do presidente Jair Bolsonaro (PL). O FBI – a Polícia Federal norte-americana – apreendeu documentos “ultrassecretos” nas buscas realizadas na mansão do republicano na última semana, na Flórida. Documentos judiciais divulgados na véspera indicam que Trump estava de posse de documentos confidenciais e ultrasecretos, o que é crime e viola uma lei de espionagem do país.
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Bolsonaro visitou Trump apenas uma vez, mas seu filho Eduardo esteve mais vezes com o mandatário estadunidense
Entre os documentos divulgados pela Justiça da Flórida, segundo a Rádio França Internacional (RFI), está o mandado que autorizava a busca e apreensão na mansão e um inventário das provas apreendidas pelos agentes do FBI. O termo “ultrassecretos” marcava alguns desses papéis. Eles não deveriam estar com o ex-presidente, mas “disponíveis apenas em instalações especiais do governo”, segundo o mandado federal que autorizou as buscas. Trump alega ser vítima de uma operação política “sem precedentes”, e diz que a perseguição é feita por “democratas radicais de esquerda”. O diário norte-americano The Washington Post levanta a possibilidade de que alguns documentos possam se relacionar com o arsenal nuclear dos EUA. Mais uma vez, Trump apelou para alegação de conspiração e afirmou que “a questão das armas nucleares é uma mentira”. O FBI poderia ter “plantado informações”, acrescentou.

Invasão

O ex-presidente republicano é investigado por supostos crimes de espionagem, obstrução de Justiça e destruição de documentos federais, que eram as justificativas do mandado de busca executado pelo FBI. A investida contra o ex-presidente, admitida publicamente pelo Departamento de Justiça do governo Joe Biden, elevou a tensão política no país. O clima pode ter sido o motivo da tentativa de invasão ao prédio do FBI em Cincinnati (Ohio) por um homem armado, nesta quinta-feira. Ele foi morto por agentes durante a perseguição. O atirador – identificado como Ricky Shiffer, de 42 anos – era um fanático apoiador de Trump nas redes sociais. Após três dias tensos de silêncio, na mesma quinta-feira, Merrick Garland, o secretário do Departamento de Justiça (DoJ), disse que aprovou pessoalmente a operação do FBI, subordinado a sua pasta. — Não vou ficar calado quando a integridade (dos agentes) é atacada injustamente. Os homens e mulheres do FBI e do Departamento de Justiça são servidores públicos e patriotas dedicados — declarou.

Bolsonaro

Os efeitos do cerco da Justiça, do FBI e do governo Joe Biden a Trump, no entanto, ainda podem respingar no presidente Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Não apenas pela ligação política e influência do ex-presidente dos EUA na família do mandatário do Brasil. No fim do mês passado, o deputado norte-americano Jamie Raskin revelou a representantes de instituições brasileiras que deve citar o Brasil no trabalho do comitê especial da Câmara que investiga a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, por apoiadores de Trump insuflados pelo ex-presidente. O deputado democrata teria manifestado surpresa ao ficar sabendo que o filho “zero três” de Bolsonaro esteve em Washington dias antes da invasão do Capitólio e se reuniu com aliados de Trump. Raskin esteve com uma comitiva de representantes de 19 organizações sociais brasileiras que foi aos Estados Unidos denunciar os riscos que corre a democracia brasileira, sob ameaça constante de Bolsonaro. — Está claro que as forças pró-democracia e pró-direitos humanos no Brasil estão com medo de que algo parecido com o que ocorreu nos EUA em 6 de Janeiro (de 2021) possa acontecer em seu país — resumiu Raskin depois do encontro.
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