Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Em visita à China, Alckmin sai em defesa da taxação de importados

Arquivado em:
Quarta, 05 de Junho de 2024 às 19:21, por: CdB

Houve outras reuniões com executivos de empresas chinesas, também visando investimentos no Brasil, uma delas a Foton, que fabrica caminhões e tratores. A State Grid ou Companhia Nacional da Rede Elétrica da China teria mostrado interesse em participar de leilões de transmissão de alta tensão.

Por Redação, com ABr – de Pequim

Vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio,  Geraldo Alckmin saiu em defesa, nesta quarta-feira, da chamada “taxa das blusinhas”, a proposta de acabar com a isenção das compras internacionais de até US$ 50. Questionado se havia ruído com Pequim, onde se encontra para uma visita oficial, uma vez que a taxa tem como principal alvo produtos e plataformas de comércio eletrônico chineses, Alckmin desviou do assunto.

alckmin_.jpg
Geraldo Alckmin, conhecido por sempre evitar polêmica, evitou mais um assunto espinhoso

— Não é um valor muito alto e ajuda a preservar emprego, preservar o desenvolvimento de empresas brasileiras — afirmou.

Segundo Alckmin, a taxação de 20% equivale ao PIS/Cofins. Para ele, “foi um entendimento inteligente”.

 

Memorando

A declaração aconteceu ao final da visita a uma loja da rede chinesa de café Luckin, em que o vice-presidente assinou um memorando de entendimento para a promoção do café brasileiro, com previsão de venda de 120 mil toneladas.

— Em 2022 o Brasil exportou US$ 80 milhões (em café), no ano passado, US$ 280 milhões. Só neste contrato agora, que a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) ajudou a celebrar, meio bilhão de dólares — disse Alckmin.

 

Farmacêutica

Outro anúncio, feito durante reunião do presidente e CEO da Sinovac, Yin Weidong, com Alckmin e o chefe da Casa Civil, Rui Costa, foi de um investimento de US$ 100 milhões da farmacêutica chinesa no Brasil, a partir deste ano.

Houve outras reuniões com executivos de empresas chinesas, também visando investimentos no Brasil, uma delas a Foton, que fabrica caminhões e tratores. A State Grid ou Companhia Nacional da Rede Elétrica da China teria mostrado interesse em participar de leilões de transmissão de alta tensão.

 

‘Blusinhas’

Já em Brasília, a pauta sobre a taxação dos produtos de baixo custo levou o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), a criticar a exclusão da chamada “taxa das blusinhas” do ‘Projeto Mover’, programa para descarbonização do setor automotivo. O imposto sobre compras internacionais de até US$ 50 havia sido acordado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os deputados.

Lira afirmou que, caso o Senado altere o texto que foi negociado, o projeto do Mover “tem sérios riscos de cair junto”.

— Não sei como é que os deputados vão encarar uma votação que foi feita por acordo, se ela retornar [à Câmara]. Eu acho que o Mover tem sérios riscos de cair junto e não ser votado mais na Câmara. Isso eu penso de algumas conversas que eu tive — afirmou.

 

Votação

O relator do ‘Mover’, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), retirou da proposta, além das blusinhas, o trecho da autonomia do governo na política nacional de petróleo. As mudanças foram feitas na véspera, dia em que também era prevista a votação do texto no plenário do Senado.

Esses acréscimos são chamados de “jabutis”, dispositivos sem relação com o texto inicial. Mais cedo, Cunha havia anunciado que a “taxa das blusinhas” seria retirada “por ser um corpo estranho, uma artimanha legislativa”.

Diante dessas modificações, integrantes da oposição e da base aliada de Lula no Senado concordaram em adiar a votação para quarta-feira.

Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo