Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

UE não renova acordo com AstraZeneca para compra de vacina

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Segunda, 10 de Maio de 2021 às 08:23, por: CdB

Acordo para aquisição de imunizante vence em junho e não será renovado por enquanto, informa comissário europeu, após atrasos na entrega de doses. Decisão não foi influenciada por suspeitas de formação de coágulos, diz.

Por Redação, com DW - de Bruxelas A União Europeia (UE) não renovou o acordo com a farmacêutica AstraZeneca para o fornecimento de vacinas contra a covid-19, informou o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, após atrasos na entrega das doses. O contrato atual termina em junho.
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A Comissão Europeia abriu um processo contra a AstraZeneca por violações no contrato
– Não renovamos o pedido depois de junho. Veremos o que vai acontecer – disse o comissário à rádio francesa France Inter neste domingo. Breton não descartou, porém, uma possível renovação do contrato em outro momento, e disse que a decisão de não renová-lo agora não significa necessariamente o fim das negociações com a AstraZeneca. "Não acabou. Espere e veja", afirmou. Em abril, a Comissão Europeia lançou um processo judicial contra a empresa anglo-sueca por não respeitar seu contrato de fornecimento de vacinas à União Europeia e por não ter um plano "confiável" que garanta as entregas nos prazos determinados. Segundo Breton, os atrasos nas entregas são a principal razão para a campanha de vacinação na UE ter tido um início mais lento nos primeiros meses do ano. Isso porque o laboratório deu preferência ao envio de doses para outros países, como Reino Unido e Israel. No primeiro trimestre deste ano, a farmacêutica entregou ao bloco europeu apenas 30 milhões dos 120 milhões de doses prometidos no contrato. – Tivemos um problema real com a AstraZeneca. Existe uma falta de confiança. Agora é, portanto, impossível comprar esta vacina – afirmou o comissário europeu de Justiça, Didier Reynders, em entrevista à emissora belga VRT no domingo. A Comissão Europeia, por sua vez, não fez qualquer declaração oficial sobre o contrato com a empresa. "Estamos mantendo todas as opções em aberto para se preparar para as próximas fases da pandemia, para o ano de 2022 e depois", disse um porta-voz.

Ligação com formação de coágulos

Ao informar a não renovação do contrato no domingo, Breton negou que a decisão tenha sido influenciada por suspeitas de que, em casos extremamente raros, o imunizante possa causar coágulos sanguíneos. "É uma boa vacina", frisou o comissário. A vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, foi associada a um risco muito raro de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas, especialmente em mulheres mais jovens, o que teria causado inclusive mortes. Embora a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) tenha afirmado que os benefícios da vacina superam quaisquer riscos, vários países europeus decidiram limitar seu uso apenas a grupos de idades mais avançadas. Na semana passada, a Alemanha anunciou que decidiu suspender essa restrição e que o imunizante poderá ser aplicado em adultos de todas as idades. A vacina da AstraZeneca foi a grande aposta do governo brasileiro para a campanha de imunização e é uma das três atualmente em uso no Brasil. Segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, 25,7% das doses já aplicadas no Brasil foram da chamada vacina de Oxford, que, no país, não tem qualquer restrição de idade.

Vacinação avança na Europa

Na entrevista concedida neste domingo, o comissário Breton afirmou estar "absolutamente certo" de que os problemas de abastecimento acabaram e que a União Europeia terminará 2021 com uma capacidade de produzir mais de 3 bilhões de vacinas por ano. Segundo ele, graças ao aumento da produção, o bloco comunitário poderia cumprir a meta de ter 70% de sua população vacinada até meados de julho. No sábado, a Comissão Europeia anunciou um novo contrato com a Pfizer e a Biontech para a compra de mais 1,8 bilhão de doses de sua vacina contra a covid-19 entre 2021 e 2023. O novo acordo, além dos 600 milhões de doses já garantidos, visa fornecer ao bloco europeu, com uma população estimada em 450 milhões de pessoas, vacinas suficientes para segundas doses, bem como doses extras para doações e revenda a outros países. Breton afirmou que essas doses deverão custar mais caro do que as primeiras compras com a Pfizer-Biontech, mas que esse aumento no preço se justifica pela necessidade de pesquisas extras sobre o imunizante e possíveis mudanças nos equipamentos industriais.  
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